Diretores das Oscips voltam a ser ouvidos e especulações aumentam


Ontem, cresceram os rumores sobre o envolvimento de novos nomes nas investigações do Gaeco e Ministério Público

Gláucia Chiararia e Sílvio Luz Rodrigues, diretores do Instituto Gálatas, uma das duas Organizações de Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) sob investigação na Operação Antissepsia, prestaram depoimento ontem à tarde no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O casal, que está à frente da Oscip que mantém o maior contrato com a Prefeitura de Londrina, deve voltar hoje pela manhã para completar o depoimento. Eles chegaram pouco depois das 14 horas e saíram por volta das 19 horas, sem dar entrevista. O advogado deles, André Cunha, também saiu sem dar entrevistas. Chegou a ser cogitado que eles colaborariam com as investigações, o que não teria sido confirmado. “Não estamos comentando o conteúdo das declarações prestadas nas investigações”, afirmou o coordenador do Gaeco, Cláudio Esteves.

As especulações sobre novos nomes sendo envolvidos nas investigações cresceram no meio da tarde, quando Bruno Valverde, do Instituto Atlântico, chegou ao prédio do MP, por volta das 16 horas. Valverde deixou o prédio pouco depois das 17 horas, economizando palavras. Ele disse que apenas “confirmou declarações prestadas anteriormente”, mas não deu detalhes. O diretor do Atlântico foi liberado da prisão temporária ainda na terça-feira porque colaborou com as investigações. João Roberto Quirino, gerente do Gálatas, que não está entre os investigados, também foi prestar depoimento, mas saiu sem dar entrevista. Seu advogado, Marlos Bertoni, afirmou que Quirino foi apenas prestar esclarecimentos.

Das 15 pessoas que foram presos terça-feira, quatro já foram liberados. A 16ª pessoa, com mandado de prisão temporária da 3ª Vara Criminal, ainda não foi localizada e de acordo com Esteves, já é considerada “foragida”. O nome continua sob sigilo. O promotor afirmou que além dos 16 investigados, “há nomes citados, cuja averiguação precisa ser feita”.

Prefeito

O prefeito Barbosa Neto (PDT) chegou a marcar o depoimento para as 15h30, mas depois seu advogado telefonou para adiar. A nova data é segunda-feira, mas o horário não foi confirmado. Como prefeito, Barbosa Neto tem a prerrogativa de definir hora e local de depoimento.

Ele será ouvido na condição de testemunha. Deve ser questionado, por exemplo, sobre a declaração dada à imprensa de que o ex-procurador Fidélis Canguçu, suspeito de cobrar propina para pedir a liberação dos pagamentos às Oscips, teria gestionado para que os pagamentos fossem feitos.

Os depoimentos serão retomados hoje pela manhã e devem atravessar o dia inteiro. Com a oitiva de Gláucia Chiararia e Rodrigues, ainda falta tomar o depoimento de cinco pessoas presas na terça-feira. O prazo da prisão temporária vence amanhã.


Conselheiros presos integram comissão
Marcos Ratto e Joel Tadeu, os dois membros do Conselho Municipal de Saúde que foram presos terça-feira, durante a Operação Antissepsia, foram nomeados para uma comissão que vai avaliar os projetos a serem apresentados por Organizações de Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) que disputam a contratação para o Sistema de Internação Domiciliar (SID).

Os dois foram presos na investigação que apura denúncias de irregularidades na relação entre o poder público e as Oscips. A nomeação de Ratto e Tadeu consta da portaria 178, assinada no dia 3 de maio e assinada pela secretária de Saúde, Ana Olympia. A decisão foi publicada na edição 1.558 do Jornal Oficial, que circulou na quarta-feira, um dia depois do cumprimento dos mandados de prisão contra os dois.

O texto da portaria diz que eles vão compor a “Comissão de Avaliação de Projetos para celebração de Termo de parceria entre o Município de Londrina, através da Secretaria Municipal de Saúde e Oscip”. Os outros quatro membros são Rosalina Batista, Neusa Maria dos Santos, Luiz Fernando Rodrigues e Tânia Maria Aroceno.

O Núcleo de Comunicação da Prefeitura informou que “qualquer comissão da saúde tem composição tripartite, com usuários, gestor e trabalhadores” e que a decisão foi do Conselho Municipal de Saúde. Segundo o N.Com, “a secretária de Saúde, arbitrariamente, não pode montar a comissão”. A secretária Ana Olympia deve convocar o Conselho para rediscutir essa e outras comissões das quais Tadeu e Ratto participam.

Fonte: Jornal de Londrina