MP vê indícios da participação de Barbosa em esquema de desvio de recursos


Promotor Cláudio Esteves afirmou que prefeito Barbosa Neto e a primeira-dama, Ana Laura Lino, teriam recebido R$ 20 mil do instituto Atlântico, suspeito de desviar recursos públicos da área da saúde

O prefeito Barbosa Neto (PDT) e a mulher dele, Ana Laura Lino, estariam envolvidos no esquema de desvio de dinheiro da área da saúde investigado pela Operação Antissepsia. A confirmação foi feita pelo coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina, promotor Cláudio Esteves, durante entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (6).

De acordo com o promotor, o prefeito e da primeira-dama estariam envolvidos nas irregularidades apontadas contra o instituto Atlântico. Entre os indícios, conforme Esteves, que apontam a participação de Barbosa está a ação do publicitário Ruy Nogueira contra o Atlântico (que seria fruto de um acordo) e a entrega de R$ 20 mil por Bruno Valverde, diretor do Atlântico, a um secretário importante da gestão municipal, que seria Fábio Góes (Planejamento). O destino do dinheiro seria a primeira-dama e o prefeito.

O promotor afirmou que os fatos que envolveriam o prefeito teriam ocorrido entre novembro e dezembro do ano passado, antes da assinatura do contrato com as Oscips. Como Barbosa tem foro privilegiado, o inquérito da Operação Antissepsia envolvendo as denúncias contra o instituto Atlântico foi encaminhado para o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ).

Pelo entendimento do Gaeco, a decisão de não contratar a Santa Casa e a HUTec, que era a vontade de alguns secretários, casos do ex-secretário de Saúde Agajan Der Bedrossian e de Governo, Marco Cito, foi de alguém acima deles. Como a primeira-dama não tem cargo na administração municipal, essa decisão teria passado pelo prefeito Barbosa Neto. Foi da negativa de contratar Santa Casa e HUTec que apareceram Gálatas e Atlântico no processo de contratação das Oscips.

O Núcleo de Comunicação informou que o prefeito não decidiu se manifestará sobre o assunto. A reportagem está tentando contato com o secretário Fábio Góes e o presidente do instituto Atlântico Bruno Valverde.

15 denunciados

Durante a entrevista coletiva, o MP comunicou a denúncia criminal de 15 pessoas, todas ligadas ao instituto Gálatas: Sílvio Luz, Gláucia Chiararia, diretores; o ex-procurador Geral do Município Fidelis Canguçu, Bruno Valverde, Joel Tadeu, Marcos Ratto, Juan Monastério, Flavio Martins, Antonio Carlos Martins, Alessandro Martins, Gilberto Alves, Marcos Aurélio de Araujo, Alexandre Assunção, Gustavo Politi e Claudecir Lambert.

Segundo o Gaeco, durante as investigações o desvio de recursos foi de pelo menos R$ 318 mil. Como o promotor afirmou que há outros fatos a serem investigados o valor pode aumentar. Com relação ao pagamento de propinas, o Gaeco conseguiu identificar o pagamento de R$ 69,5 mil: seriam R$ 50 mil para Fidélis Canguçu, R$ 15 mil para o conselheiro de saúde Joel Tadeu e R$ 4.500 para o conselheiro de saúde Marcos Ratto.

Fonte: Jornal de Londrina