Greve no DF: servidores da saúde e governo não chegam a acordo


A greve dos servidores da saúde do Distrito Federal (DF) entrou, nesta quarta-feira (29), no seu terceiro dia sem qualquer acordo que ponha fim ao movimento. Diante do que considera inflexibilidade da categoria, o governo disse que vai pedir na Justiça a ilegalidade da paralisação e que cortará o ponto do funcionário que faltar ao trabalho por adesão à greve.

Para o Sindicato dos Empregados em Estabelecimento de Saúde do Distrito Federal (Sindsaúde-DF), a medida é um ato de repressão que incluem ainda ameaças de demissões, remoção do setor de trabalho e intervenção policial. O presidente da entidade, Agamenon Torres, disse que os servidores têm sofrido com os baixos salários e péssimas condições de trabalho.

"Os servidores da saúde são a parte mais vulnerável nessa negociação. Eles recebem baixos salários [o salário médio da categoria está entre R$ 700 e R$ 1.200] e trabalham submetidos a péssimas condições de trabalho. Muitas vezes precisam carregar pacientes nas costas, quando os elevadores quebram, disse.

"Alguns são agredidos verbal e fisicamente por pacientes insatisfeitos com a demora no atendimento médico. Os servidores da saúde são vítimas nesse processo e, em muitos casos, heróis. E o governo está pintando os servidores para a sociedade como vilões por causa da greve", acrescentou.

Postura inflexível
Em nota, o governo diz que se manteve "aberto ao diálogo atendendo a representantes do movimento mas, diante da postura inflexível do sindicato, não iremos mais negociar com os servidores em greve".

Para o GDF, o "movimento é precipitado, uma vez que tem mostrado disposição em atender às reivindicações do setor".

As principais reivindicações da categoria são aumento de 34% no valor do auxílio-alimentação (de R$ 199 para R$ 304), repasse imediato do percentual de reajuste do Fundo Constitucional do DF, a implantação do plano de carreira, cargos e salários e a oferta de plano de saúde.

Os servidores pedem ainda a incorporação aos salários da gratificação por apoio técnico administrativo e a diminuição da carga de trabalho para 20 horas semanais.

Fonte: Agência Brasil