Servidores municipais de Londrina aprovam indicativo de greve


Os servidores municipais de Londrina aprovaram, durante assembleia nesta segunda-feira (4) à noite, o estado de greve da categoria por conta das negociações salariais e contra os cinco projetos de reposição salarial encaminhados pelo prefeito Barbosa Neto (PDT) à Câmara Municipal, beneficiando apenas alguns grupos de funcionários. Estiveram presentes à sede do Sindicato dos Servidores Municipais de Londrina (SindServ), 126 servidores aptos a votar. A favor do indicativo de greve foram 115 votos, sendo 10 contrários e uma abstenção.

O presidente do SindServ, Marcelo Urbaneja, irá comunicar nesta terça-feira (5) a Prefeitura de Londrina sobre o indicativo de greve tirado pela categoria e buscar um canal de negociação para toda a categoria, acabando com a unilateridade do executivo ao formular os projetos sem consultar o sindicato.

Em entrevista ao odiario.com, no último sábado (2), Marcelo Urbaneja disse que a assembleia foi convocada por causa do descontentamento dos funcionários. "A prefeitura tem mais de 300 locais de trabalhos, entre escolas, Acesf, UBS, não é só o paço. O sindicato faz uma visitação em todos esses locais e o indicativo de greve é uma ansiedade vista", comentou.

Ele também afirmou que os servidores não querem a greve, mas negociações. E que a única forma encontrada para que os pedidos sejam ouvidos é através do indicativo de greve. Urbaneja declarou ainda que a greve só será uma realidade se os projetos enviados à Câmara Municipal forem aprovados. Além disso, o SindiServ quer que os reaustes sejam analisados como um todo, pois os projetos do executivo beneficiam pequena parcela dos servidores e não contemplam, por exemplo, os professores municipais.

Com o indicativo de greve, os servidores municipais podem faltar ao trabalho, por exemplo, para acompanharem a tramitação dos projetos na Câmara Municipal, sem que a ausência seja considerada falta ao serviço. De acordo com a assessoria de imprensa do Sindserv, a prefeitura pode descontar os dias paralisados dos servidores, mas diante do estado de greve, os servidores não ficam com os seus direitos assegurados como férias, 13o. salário e aposentadorias prejudicadas com a falta.

Os cinco projetos de lei enviados pela prefeitura ao legislativo municipal só devem voltar a ser apreciado pelos vereadores após o recesso parlamentar, uma vez que na última semana foi aprovada a retirada de pauta por 15 dias, para que o município pudesse refazer os cálculos de impacto sobre o orçamento. É que durante o debate dos projetos, a Comissão de Orçamento apontou falhas nos cálculos - que foram reconhecidos pela própria prefeitura - sobre os impactos.

Para Marcelo Urbaneja, os servidores municipais estão revivendo 2004, quando o prefeito Nedson Micheleti (PT) deu 70% de aumento real pra um grupo, 40% para outro e 10% para o restante da categoria. E com isso, não pode dar reposição da inflação por falta de dinheiro em caixa. 

Na última semana o prefeito Barbosa Neto deu declarações se mostrando indignado com o que esta mobilização em torno do indicativo de greve. E disse não entender o porquê da greve, se a administração mostrou um projeto de reposição das perdas salariais de oito anos. Ainda se defendeu, dizendo que as dívidas com os servidores não são de sua administração e, mesmo assim, ele se propôs a pagar.

O presidente do Sindserv espera, com este indicativo de greve, que o prefeito volte atrás e abra um canal de conversação em torno dos projetos, concedendo benefícios iguais para todos os servidores e não para algumas categorias.

Fonte: londrina.odiario.com