O prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT), tem até a próxima quarta-feira (13) para apresentar defesa prévia à Câmara sobre a denúncia de que ele e sua esposa, Ana Laura Lino, estariam envolvidos no esquema de desvio de verbas da saúde de Londrina.

No último dia 14, o vereador Joel Garcia (PTN) entrou com um pedido de abertura de uma Comissão Processante (CP), baseada no inquérito de mais de 2.500 páginas do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) que cita o prefeito e a primeira-dama como parte do esquema de corrupção.

Na segunda-feira (4), o prefeito confirmou que recebeu o pedido de apresentação de defesa e deverá encaminhar os documentos, como já declarou em entrevistas coletivas. O presidente do legislativo, Gerson Araujo (PSDB), informou que a abertura da CP só será votada depois do recesso de julho da Câmara Municipal.

Os vereadores entram em recesso no dia 15 de julho, apenas dois dias depois do prazo final da defesa prévia de Barbosa Neto, o que impossibilitaria uma análise antes da suspensão dos trabalhos. A defesa do prefeito passará pela análise do procurador jurídico da Câmara, Miguel Ângelo Garcia, que apontará se há critérios legais para que a CP seja embasada.

O prefeito também é alvo de outra possível CP, que apura irregularidades no contrato feito para o treinamento da Guarda Municipal. A Câmara instaurou uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar o caso, mas o relatório final foi rejeitado em plenária. O caso gerou muita polêmica, pois os membros da CEI, Jairo Tamura (PSB) e Tito Valle (PMDB) isentaram o prefeito da culpa, mas a terceira integrante da CEI, Lenir de Assis, não entendeu da mesma maneira e defendia a responsabilização de Barbosa Neto.

Esta CP deverá ser votada já na próxima terça-feira (12). O prefeito não quis o direito de defesa prévia e apenas pediu vistas ao processo, segundo Gerson Araujo. O presidente do legislativo explicou que a Mesa Executiva da Câmara poderia arquivar ou não o caso da CP, mas que o assunto será levado ao plenário, pois é muito sério e a decisão precisa ser tomada por todos os vereadores em conjunto.

Ele ainda comentou que as denúncias contra o prefeito não devem abalar a unidade da Mesa Executiva composta por, além de Gerson, José Roque Neto (PTB) e Rony Alves (PTN) – de oposição – e Roberto Fu (PDT) e Sebastião dos Metalúrgicos (PDT) – base aliada da administração.

"Os casos das CPs da Guarda Municipal e da saúde são muito contudentes e a Mesa não vai assumir sozinha a responsabilidade. Temos duas pessoas que são ligadas ao prefeito pelo partido e devem fazer sua defesa, o que é justo, mas nós vamos buscar o consenso", afirmou Araujo.

Fonte: londrina.odiario.com