A afirmação é do presidente da Associação de Pais e Mestres (APM) da escola, e pai de um aluno, Lourival Aparecido Gonçalves de Abreu, que procurou em nome do Conselho Escolar a Secretaria Municipal de Educação, cobrando a entrega completa dos kits. "O kit de verão veio faltando camiseta, mochila, calçados. Diante da falta de materiais, convocamos os pais de alunos e quase 80% decidiu pela não entrega do kit escolar aqui até que todos pudessem receber igualmente os mesmos materiais", afirmou.
No dia 14 de fevereiro, em meio a muito barulho e caravanas com aproximadamente 5.000 estudantes transportados para o Ginásio de Esportes Moringão, anunciou a entrega dos kits de verão para 34 mil alunos das cerca de 80 escolas municipais e 11 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs). E anunciava ainda a entrega de vestuário completo durante o inverno. A entrega contou com o prefeito Barbosa Neto (PDT), que enfatizou o investimento de R$ 3.404.080,00 de recursos municipais na compra dos uniformes.
Lourival Abreu também afirmou que, além dos kits incompletos de verão, a escola recebeu, também com falta de objetos, os kits de inverno. "Na Secretaria de Educação informaram que já compraram o material para repor essa falta e que era para esperarmos. Mas nada nos foi entregue até o momento", ressaltou. Sobre apresentar denúncia ao Ministério Público, ele disse que ainda não procuraram o órgão, pois estão aguardando que o municÃpio cumpra com o compromisso assumido junto à comunidade londrinense.
Na Escola Municipal Ruth Lemos, funcionários, que não quiseram se identificar, confirmaram que os kits escolares chegaram incompletos na escola. A secretária municipal de Educação, Karen Sabec, não foi localizada para comentar esse assunto, pois está viajando em férias.
Investigação
O Ministério Público Federal (MPF), informou à reportagem e odiario.com, que deve encaminhar nos próximos dias para a Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Público, uma orientação para que se instaure um procedimetno investigatório sobre a licitação por carona na compra de uniformes escolares. A orientação é fruto de uma investigação realizada pelo procurador da república em Londrina, Luiz Antônio Cbin, quando o municÃpio alegou inexibilidade de licitação, ou seja, de que poderia realizar a compra dos kits escolares por não haver possibilidade de concorrência pública entre as empresas da cidade. Por isso, se utilizou do recurso de carona em uma licitação feita em São Bernardo do Campo (SP).
O prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT), afirmou, na manhã desta quinta-feira (7), que há enganos na investigação. "Há alguns enganos nisso, esse material foi adquirido com recursos próprios. Não há que a procuradoria geral da República fazer esse tipo de investigação. Nós fizemos essa carona porque havia pareces favoráveis da controladoria e da procuradoria do municÃpio", defendeu-se.
Ele disse que faltaram uniformes em algumas escolas porque não é possÃvel fazer aditivos nas compras feitas pela modalidade de carona. Ainda comentou que o número de crianças que precisavam de uniforme cresceu, pois muitas se motivaram a estudar depois de verem os colegas com tênis, agasalhos e mochilas.
Segundo Barbosa Neto, o projeto é elogiado e copiado e ele estaria sendo penalizado por ações corretas e austeras.
Fonte: londrina.odiario.com