Ex-procurador jurídico de Londrina, Canguçu, declara-se inocente e diz que foi preso sem provas


Nesta quinta-feira (4), sete pessoas foram ouvidas na audiência da 3ª Vara Criminal que indicia 15 pessoas por desvio de verbas da saúde pelo Instituto Gálatas. O ex-procurador do município e réu do processo, Fidélis Canguçu, acompanhou a sessão e na saída conversou brevemente com a imprensa enquanto se dirigia ao seu carro. Em duas declarações, ele afirmou que era inocente e acreditava em sua absolvição.

Segundo Fidélis, ele não teria aprovado pagamentos indevidos a duas oscips que participaram do esquema de corrupção. Ainda disse que os R$ 20 mil apreendidos em seu carro, que se acredita ser fruto de propina, seria de seu próprio salário. Ele afirmou que foi preso antecipadamente, sem provas e garantiu "sou inocente sim, com certeza", segundo declarou em entrevista à rádio CBN.

A juíza Oneide Negrão escutou, nesta quinta-feira (4), os policiais que participaram da Operação Antissepsia, que descobriu o esquema de corrupção, a conselheira da saúde, Maria Osvaldina de Melo, e o ex-companheiro do presidente do Instituto Atlântico Bruno Valverde, João Paulo Riquetti.

Duas testemunhas arroladas não compareceram. A primeira-dama, Ana Laura Lino, ganhou um habeas corpus e não precisou depor. Já a mulher de Fidélis Canguçu, Joelma Aparecida da Silva, será ouvida na comarca de Arapongas, por ser residente do município.

O ex-companheiro de Bruno Valverde, José Henrique Riquetti, afirmou em juízo que Valverde mantinha contato frequente com a primeira-dama de Londrina, Ana Laura Lino. O coordenador do Ministério Público, promotor Cláudio Esteves, explicou que a informação é irrelevante neste processo, por se tratar do Instituto Gálatas, mas tem influência sobre o que corre do Tribunal de Justiça.

"Não há relevância neste processo, tanto que essa pergunta não foi formulada pelo MP e sim por uma das defesas porque aqui nós tratamos na questão do Gálatas e não a relação com o Atlântico. Nada obstante no conjunto geral que se tenha que perguntar a respeito do comportamento de todas as pessoas envolvidas, nesse caso específico não há relevância e sim pode haver relevância naquela parte que foi remetida ao Tribunal de Justiça", comentou em entrevista à rádio CBN.

Sobre as demais testemunhas ouvidas nesta quinta-feira (4), o promotor informou que elas confirmaram o que haviam dito ao Ministério Público. "Essas testemunhas ouvidas hoje na sua maioria já haviam sido inqueridas na fase investigatória. Elas apenas ratificaram aquilo que haviam informado, algumas acrescentaram detalhes que são importantes para a investigação, mas cada testemunha tem o seu valor para compor o quadro de demonstração dos fatos contidos na denúncia. Nós avaliamos como positiva, como proveitosa a audiência", declarou.

Esteves acredita que a falta da primeira-dama prejudica o processo, pois toda testemunha foi arrolada por ter importância para embasar a denúncia. No dia 15 de agosto devem ser ouvidos o diretor de projetos, João Roberto Quirini Melo, e a servidora municipal, Sandra regina Silva.

Fonte: londrina.odiario.com