Professores do Instituto Politécnico de Londrina(Ipolon), suspeitam que está havendo má gestão de recursos na Fundação do Ensino Técnico de Londrina (Funtel), que administra o Ipolon. Os docentes do local cruzaram os braços ontem e pretendem estender a greve por tempo indeterminado. ''Assim que o superintendente (Moisés Betoni) e a secretária geral (Gisele Volsi) forem afastados, os professores voltam a trabalhar'', afirmou o presidente do Sindicato dos Professores das Escolas Particulares de Londrina e Norte do Paraná (Sinpro), Eduardo Nagao. 

Segundo Nagao, os professores pedem que seja realizada uma auditoria administrativa e contábil para apurar as causas do endividamento do Ipolon. 

O presidente da Funtel, Valdir Bernardi Zerbinati, confirmou a existência da dívida - que já passa de um milhão de reais. ''Só no ano passado foram 600 mil reais de déficit'', confessou, salientando que anualmente são realizadas auditorias. 

''Não é problema de má gestão. É um problema conjuntural. Essa dívida vem se acumulando de uns seis anos para cá. E acontece pois não temos alunos suficientes. Hoje contamos com aproximadamente 400, mas o ideal seria entre 500 e 600. O preço da mensalidade é R$ 250, mas o valor deveria ser quase o dobro'', afirmou Zerbinati. 

Os professores do Ipolon também reclamam do atraso nos pagamentos de salários e Fundo de Garantia (FGTS). ''Não houve um mês em que foi pago o salário em dia neste ano. O FGTS não é pago há quase três anos'', afirmou Sandro Teixeira Pinto, docente da instituição há 17 anos. 

Segundo Zerbinati, a princípio o superintendente e a secretária da Funtel não serão afastados. ''Não há motivos para suspeitar dessas pessoas. Não foi apresentada nenhuma denúncia. O jurídico foi acionado para descobrir a legalidade dessa greve'', afirmou. 

Segundo o presidente da Funtel, será marcada uma reunião com os professores no próximo sábado, dia 15, quando possivelmente vai ser anunciada uma resposta para a crise financeira da Funtel.