MP de Londrina investiga contratação direta de empresa de publicidade feita pela Sercomtel


A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Londrina instaurou nesta terça-feira (17) uma investigação sobre a contratação direta para serviços de publicidade feita pela Sercomtel. A empresa de telefonia não realizou licitação e vai pagar para a Intervox Sistema de Comunicação Integrada S/S Ltda. o valor de R$ 3,281 milhões para seis meses de trabalho.

A informação foi divulgada no final da tarde pela rádio Paiquerê AM. A promotora Leila Voltarelli informou que vai solicitar documentos referentes ao processo da prefeitura para saber sobre a legalidade do procedimento realizado por dispensa de licitação.

Leila foi procurada pela reportagem de odiario.com, mas não não atendeu as ligações.

O Observatório de Gestão Pública e a Associação dos Profissionais de Propaganda (APP) também questionaram a contratação direta. Eles se organizam internamente para pedir mais informações sobre o procedimento.

A APP, inclusive, já teria feito uma consulta jurídica com a entidade nacional, que teria indicado que a contratação direta não respeita o artigo 24 da Lei das Licitações 8.666.

O presidente da Sercomtel, Roberto Coutinho, alegou prejuízos a empresa de telefonia.

"Dependemos fundamentalmente de mercado, pois trabalhamos com uma concorrência brutal. Para se ter uma ideia, as grandes concorrentes investiram pelo menos R$ 7 milhões em publicidade na região de Londrina", disse. O prejuízo, segundo ele informou na semana passada, ainda não teria sido estimado, mas as vendas teriam apresentado queda significativa.

A Intervox já foi relacionada m uma ação protocolada pelo Ministério Público em 2010, de improbidade administrativa do prefeito Barbosa Neto (PDT). A empresa teria sido contratada de forma irregular para tratar das festividades referentes aos 75 anos de Londrina. Os erros teriam resultado em prejuízo de cerca de R$ 20 mil aos cofres públicos.

Repercussão na Câmara

O vereador Joel Garcia (PP) vai encaminhar à Sercomtel um pedido de esclarescimentos sobre a dispensa de licitação. Para ele, a empresa já é investigada pelo Ministério Público devido à prestação de serviços das festas de 75 anos de Londrina.

"É evidente que daria algo de errado. Está mais do que claro o direcionamento da contratação para o ex-coordenador da campanha do prefeito Barbosa Neto (PDT), Renato Mantovani, pai da empresária dona da Intervox", declarou.

Mantovani é dono da empresa Degrau Comunicação. Ele coordenou a campanha do prefeito nas últimas eleições. O vereador apontou ainda irregularidades, dizendo que a Intervox não possui um site próprio e que as informações estão hospedadas no site da Degrau. "O que é isso? Agora o Renato está querendo se esconder atrás dos filhos?", disparou Garcia.

O vereador ainda comentou que deve convocar o presidente da Sercomtel, Roberto Coutinho para falar em plenário de sua decisão. "O que não pode é haver prejuízo para a Sercomtel", disse. No dia 2 de fevereiro serão escolhidos os membros para as Comissões da Câmara. Ele comentou que deve solicitar o cancelamento do contrato com a Intervox caso as explicações não forem suficientes.

Fonte: londrina.odiario.com