Liberdade de imprensa Brasil cai 41 posições em relatório anual


Para relatório do Repórteres Sem Fronteiras, violência no nordeste e o crime organizado tornaram atividade jornalística mais perigosa em 2011

É o que se poderia chamar de queda vertiginosa. Na nova classificação anual da organização Repórteres Sem Fronteiras sobre liberdade de imprensa, o Brasil caiu nada menos do que 41 postos. Em um ano, o país passou da 58° para a 99° posição. A organização justificou o rebaixamento citando a violência que a imprensa sofre na região nordeste e na zona que faz fronteira com o Paraguai.

O ranking de violência foi baseado no número de jornalistas assassinados no exercício da profissão. Paquistão, México e Iraque estão nos primeiros lugares, cada um com 11 assassinatos ano passado. Em seguida, vêm Líbia, com dez; Honduras, com oito; Iêmen, com sete; Filipinas, com seis; Brasil e Índia, cada um com cinco assassinatos; e Somália, com quatro. A corrupção local e o crime organizado também ajudam a tornar o jornalismo uma atividade perigosa no país, segundo a organização.

Países europeus tradicionalmente associados a instituições democráticas e à liberdade de imprensa também decepcionaram na classificação do Repórteres Sem Fronteiras. O relatório sobre a liberdade de imprensa destaca que “as divergências se acentuam na Europa”. Se a Finlândia (na frente do ranking há dez anos) e a Noruega permanecem bons alunos, o mesmo não pode ser dito da França, que, apesar de ter subido seis posições, continua apenas no 38º lugar.

“Suscitando sempre a preocupação sobre a proteção do segredo das fontes e da capacidade dos jornalistas investigativos a pesquisar sobre círculos próximos do poder, a França está estagnada a um nível decepcionante”, destacou o relatório.

As três últimas posições da lista são ocupadas por Eritreia, Turcomenistão e Coreia do Norte, seguidos por Síria, Irã e China – nações que se empenham pelo controle absoluto dos meios de comunicação e adotam, segundo a ONG, um comportamento que permite a existência de um “espiral insano de terror”.

Há dez dias, a entidade International News Safety Institute (Insi) considerou o Brasil o oitavo país mais perigoso para o trabalho da imprensa. Segundo o instituto, o país só fica atrás de quadros graves de violência contra a imprensa, caso do México, com o agravamento da violência do tráfico de drogas, e de países em conflito no Oriente Médio.

Fonte: Opinião e Notícia