Policiais e professores pedem reajustes salariais ao Governo do Paraná


O início desta semana será decisivo para as negociações salariais de policiais civis e militares e de docentes e técnicos das universidades do Paraná. Os policiais reivindicam mais de 100% de reajuste sobre o piso pago atualmente e cobram contraproposta do governo do Estado entre hoje e amanhã. Os servidores das universidades querem o aumento previsto no plano de carreira. Nos três casos paralisações não estão descartadas.

Os policiais civis, que hoje recebem R$ 2,7 mil em início de carreira (investigador de quinta classe), querem a equiparação ao valor pago a técnicos de nível superior. Se a proposta for aceita, o piso passaria de R$ 5 mil.

A nova tabela de remuneração é aguarda para hoje pelo Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol), que discutirá a proposta amanhã em assembleia.

"Essa tabela vai mostrar o quanto o governo leva a sério a negociação com os profissionais da segurança pública", disse o presidente da entidade, André Gutierrez. Se a tabela não atender aos anseios dos policiais, diz Gutierrez, a categoria tende a entrar em greve.

PM

As negociações desta semana são tidas como "prova de fogo" para o governador Beto Richa (PSDB). Assim como os policiais civis, os militares admitem parar. "A Polícia Militar não quer, mas pode ser levada a parar", diz o presidente da Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares (Amai), Elizeu Furquim.

Os policiais militares pedem reajuste de R$ 2,2 mil - piso salarial, pago a soldado em início de carreira - para R$ 4,5 mil. O cálculo é baseado nas perdas retroativas a 1998. Na tarde de ontem, a Amai esteve reunida com a equipe de governo e a previsão é de que uma contraproposta seja apresentada até amanhã.

Na manhã de ontem, um grupo de cerca de quarenta mulheres de policiais militares de Londrina (a 104 quilômetros de Maringá) se reuniram no calçadão, no Centro, para protestar por melhores salários para a categoria. O Movimento das Esposas de Policiais Militares (Mepom) promete manifestos em outras grandes cidades do Paraná.

Universidades

Outro entrave é o plano de carreira, cargos e salários (PCCS) dos docentes e técnicos das universidades estaduais. Na quinta-feira passada, no Cesumar, sindicalistas entregaram ao governador um ofício solicitando audiência pública até amanhã. "A greve é iminente", diz o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar), Eder Rossato.

Nos oito meses de negociações do PCCS, os sindicatos que representam a categoria pediram piso de R$ 2,7 mil para jornada de trabalho de quarenta horas semanais. A contraproposta do governo foi de elevar o piso de R$ 1,8 mil para R$ 2,3 mil de forma gradativa, em três anos. Apesar de ser aceita pela categoria, a proposta do governo não foi cumprida.
 
Segundo Rossato, os professores aguardavam o PCCS para o início de janeiro. "Estava tudo pronto, mas na última instância o governador falou que não implantaria o PCCS por causa de problemas orçamentários", comentou o sindicalista, que prevê paralisação. "Havendo uma negativa do governo em cumprir a promessa, há indicativo de greve em todas as universidades a partir de 14 de março", destaca.

Governo

A Secretaria de Estado de Segurança Pública informou que o governador passou a tarde de ontem reunido com a equipe de governo para tratar das reivindicações dos policiais civis e militares. Até o início da noite, o resultado da reunião não havia sido divulgado. A Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior informou que o PCCS não foi descartado por Beto Richa e, sim, apenas adiado por problemas orçamentários.
 
Fonte: londrina.odiario.com