Policiais civis de Londrina começam operação padrão


Em assembleia, categoria também decidiu entrar em greve a partir de segunda-feira

Policiais civis de Londrina aprovaram ontem, em assembleia, greve a partir de segunda-feira. A categoria rejeitou o aumento salarial de 26% proposto pelo governador Beto Richa. A partir de hoje, os policiais começam uma operação padrão. Ou seja, farão somente o que determina a lei. Com isso, ações como escolta de presos em delegacias deixarão de ser realizadas.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Londrina (Sindipol), Ademilson Alves Batista, dentro de 48h apenas 30% do efetivo permanece atendendo apenas casos emergenciais, como homicídios. “O resto para. Não se investiga nada, não fazemos boletim de ocorrência, carteiras e alvarás”, explicou.

De acordo com Batista, os 26% propostos “não dão um ganho real” para os policiais que estão há mais tempo trabalhando. Ele acredita que, se o governo antecipasse o valor proposto para 2013, haveria acordo. “Falta pouco para chegar a um valor. Se o aumento proposto para 2013 fosse antecipado, já existe uma grande possibilidade de aceitarmos. O ideal seria o proposto para 2014. Mas esse aumento de 2012 não dá”, reclamou.

O delegado-chefe da Polícia Civil de Londrina, Márcio Amaro, disse que não há como prever como ficará o trabalho da Polícia Civil em caso de greve. “Estamos aguardando nosso comando em Curitiba. Tudo depende da pauta deles. Não dá para adiantar nada.”

A Polícia Militar (PM) “prefere não trabalhar com a possibilidade de greve e, sim, de negociação”, como explicou o subtenente Davi Rodrigues D’Almeida, da Associação de Defesa dos Policiais Militares Ativos e Inativos. “A carreira está desestruturada em termos de salário. Criamos uma tabela factível, usando critérios técnicos.” Segundo o subtenente, a categoria propôs R$ 4.513 para os soldados, mas o governo fez “uma redução tamanha”: R$ 3.007 para este ano, chegando a R$ 3.500 em 2014.

O secretário estadual de Administração, Luiz Eduardo Sebastiani, justificou que o governo não suporta, em uma tacada só, pagar a defasagem salarial dos policiais acumulada há vários anos. Outra alegação é de que todos os profissionais da área de segurança pública receberam, em maio do ano passado, a reposição inflacionária de 6,5%.

Polícia Científica

A Polícia Científica também organizou uma manifestação para reivindicar uma melhoria na proposta de aumento salarial. “O governo propôs de 8 a 15% para nós, enquanto para as outras categorias chegou a 23,5% e 26%”, disse uma perita representante do Sinpoapar, sindicato da categoria, que preferiu não se identificar.

No entanto, o sindicato estadual apresentou uma contraproposta para o governo do Estado, pedindo que o aumento salarial previsto até 2014 seja adotado já neste ano.

Fonte: Jornal de Londrina