Promotoria ingressa com ação por ilegalidade na compra de uniformes em Londrina


A Promotoria de Justiça de Proteção ao Patrimônio Público de Londrina ingressou, Hna manhã de hoje (19), com ação civil pública contra três pessoas e seis empresas acusadas da prática de ilegalidades em dois processos de inexigibilidade de licitação destinados à compra de uniformes aos alunos do ensino infantil e fundamental da cidade. 

O objetivo da ação é invalidar os processos administrativos que culminaram na contratação das empresas G8 Comércio de Equipamentos, Serviços e Representações Ltda. e Capricórnio S/A., responsabilizar os requeridos pela prática de atos de improbidade administrativa e viabilizar a devolução do valor total das contratações, atualizado em R$ 6,68 milhões. 

De acordo com a ação, entre agosto e novembro de 2010, o Município de Londrina instaurou dois processos administrativos de inexigibilidade de licitação para a compra dos uniformes escolares, com adesão a atas de registro de preço do Município de São Bernardo do Campo (SP), sem justificativa consistente para respaldar a dispensa e amparar a opção pelas atas de registro de preços. O MP-PR alega que os uniformes destinavam-se aos alunos do ano letivo de 2011 e que, assim, não haveria motivo para que a administração pública deixasse de instaurar processo licitatório, já que havia tempo hábil para a instauração do certame. 

Além disso, a Promotoria afirma que os uniformes não atenderam à demanda dos alunos de Londrina, havendo desperdício de materiais e de recursos públicos. Segundo a promotora de Justiça Leila Voltarelli, autora da ação, teriam sido pagos preços superiores aos de mercado. Comparando-se apenas um dos itens adquirido pelo Município, o tênis, a promotora apurou um superfaturamento de mais de R$ 511 mil. 

A Promotoria também questiona o fato de os ítens comprados pelo Município serem diferentes daqueles constantes das atas de registros de preços de São Bernardo do Campo. O Município de Londrina teria pago por serviços não utilizados como a separação, a distribuição e a entrega dos materias nas escolas. De acordo com a ação, a prática demonstra que as contratações das empresas G8 Comércio de Equipamentos, Serviços e Representações Ltda. e Capricórnio S/A., não atenderam ao interesse público e representaram um prejuízo no valor de R$ 6.688.879,23 reais. 

São requeridos na ação Karin Sabec Viana (secretária municipal de Educação), Marco Antonio Cito (então secretário municipal de Gestão Pública) e Fidelis Canguçu Rodrigues Junior (procurador-geral do Município à época), além das empresas G8 Comércio de Equipamentos, Serviços e Representações Ltda e Capricórnio S/A., e das empresas CDF Cia Futuro, Iridium– Ind. Confecções Ltda, Byd Indústria e Comércio de Confecções Ltda e Kriswill Indústria e Comércio de Confecções e Bolsas Ltda, que teriam apresentado orçamentos apenas para demonstrar suposta vantagem econômica do município na opção pelas duas empresas contratadas. 

A Promotoria pede concessão de liminar para decretar a indisponibilidade de bens dos requeridos, além da perda da função pública e suspensão dos direitos políticos - no caso das pessoas físicas, proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios - no caso das pessoas jurídicas, e ressarcimento do prejuízo causado ao erário, cada qual à medida de sua responsabilidade, entre outras sanções. 

Fonte: www.folhaweb.com.br, com informações do Ministério Público do Paraná.