Justiça decreta prisão preventiva de ex-secretário de Barbosa


Marco Cito e também o empresário Ludovico Bonato ficam presos por tempo indeterminado; diretor da Sercomtel nega envolvimento no caso

A Justiça decretou as prisões preventivas do ex-secretário de Governo e coordenador da campanha do PDT em Londrina, Marco Antonio Cito, e do empresário Ludovico Bonato. Eles vão continuar detidos, por tempo indeterminado, na Penitenciária Estadual de Londrina (PEL 2), acusados de corrupção ativa, por terem, supostamente, oferecido dinheiro para o vereador Amauri Cardoso (PSDB) com o objetivo de conseguir o apoio dele em votações de interesse do Executivo municipal na Câmara. Além do arquivamento da Comissão Processante (CP) da Centronic, que investiga a relação da empresa com a rádio da família do prefeito Barbosa Neto (PDT), Cito e Bonato estariam atrás do apoio do vereador em outros projetos polêmicos, como a manutenção da Lei da Muralha e a remissão de dívidas da Universidade Norte do Paraná (Unopar). 

Com a decretação das preventivas, pela juíza de plantão, Fabiana Bressan, o delegado do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Alan Flore, tem dez dias, a contar de terça-feira, data das prisões, para concluir o inquérito policial. 

O advogado João dos Santos Gomes Filho, que defende o ex-secretário municipal, informou, apenas, que vai entrar com o pedido de habeas corpus hoje. Já a defesa de Bonato afirmou que vai apresentar a tese dos bons antecendentes do empresário e ''chef gourmet'', segundo disse à FOLHA o advogado Guilherme Cavalcanti. ''Ele é primário, tem bons antecedentes, residência fixa e tem profissão, ele é chef gourmet.'' 

Mais depoimentos 

O secretário-chefe de Gabinete da prefeitura, Rogério Lopes Ortega, e o diretor de Participações da Sercomtel, Alysson Tobias de Carvalho, protocolaram, ontem, junto ao delegado do Gaeco, através do advogado João dos Santos Gomes Filho, um documento se colocando à disposição para prestarem depoimento. Os dois foram citados pelo vereador Amauri Cardoso em relatos sobre assédio de integrantes da administração municipal. 

Alysson, que segundo o vereador seria o responsável por entregar a Bonato o envelope com os R$ 20 mil, referentes à ''primeira parcela'' do suborno, negou a participação. ''Não tenho qualquer envolvimento, de forma alguma. Estou à disposição dos promotores'', afirmou. Lopes Ortega estava com o celular desligado. Segundo o promotor de Justiça Jorge Fernando Barreto da Costa, a intenção era ouvir os dois ainda na terça-feira, ''mas não conseguimos intimá-los''. O promotor também não descartou a oitiva de outros vereadores. 

Na casa de Cito 

Policiais do Gaeco cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do ex-secretário de Governo, onde foram apreendidos diversos documentos, já anexados à investigação. ''Ainda não tivemos tempo para analisar essa documentação'', afirmou o promotor.


Fonte: www.folhaweb.com.br