Barbosa Neto depõe ao Gaeco de Londrina e diz que acredita na inocência de assessores


O prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT), após quase duas horas de depoimento ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), negou qualquer envolvimento na tentativa de suborno ao vereador Amauri Cardoso (PSDB) para votar contra a abertura da Comissão Processante (CP) da Centronic, e diz acreditar na inocência dos assessores detidos nas investigações. O depoimento foi dado ao delegado do Gaeco, Alan Flore, que preside o inquérito.


A afirmação foi dada momentos após o depoimento, durante a entrevista coletiva, na tarde desta quarta-feira (2), em seu gabinete na prefeitura. Ele negou qualquer conhecimento de que assessores ligados diretamente a ele ou ex-secretários na denúncia de tentativa de suborno a Cardoso. Foram presos em flagrante no dia 24 de abril o ex-secretário de Governo Marco Cito e o empresário Ludovico Bonato. Nesta terça-feira (1º), foram detidos o vereador Eloir Valença (PHS), o chefe de gabinete do prefeito, Rogério Ortega, o Rogerinho, e o diretor da Sercomtel, Alysson de Carvalho, o Pinguin.

"Respondi a todas as indagações que foram feitas. Quero me reservar ao direito de não comentar o teor do depoimento", ressaltou, lembrando que falou na condição de testemunha. Sobre as prisões, ele disse que "toda pessoa tem direito à presunção à inocência. Não houve nenhuma prova nos fatos apurados da participação deles ou minha nesse caso. Vamos aguardar o desenrolar dos fatos e assim que tivermos acesso ao inquérito, vamos tomar as providências necessárias", assegurou.

O prefeito diz estar constrangido com o caso já que a denúncia envolve a compra de um voto contra a abertura da CP da Centronic. "Quero deixar claro que em nenhum momento o meu nome foi citado, muito pelo contrário, eu não tenho conhecimento desses fatos. E ainda, volto a dizer, que considero inocentes todos os envolvidos.Não é porque é investigado que é verdade, não é porque estão presos que são culpados", declarou.

Barbosa Neto considerou o caso como uma armação, uma vez que, segundo afirmou, não havia dinheiro com Cito ou Bonato. "O dinheiro foi visto nas mãos do vereador, que é funcionário público, num prédio público do Estado, que é nosso adversário político", ressaltou.

Questionado sobre a suposta tentativa de suborno ter sido gravada, o prefeito afirmou."Você ouviu? Eu não. Só acredito vendo, sou igual São Tomé", rebateu.

No entanto, voltou a ressaltar que confia plenamente em Marco Cito, que atuou na administração Barbosa Neto como coordenador do Procon, secretário de Gestão Pública e de Governo e saiu recentemente para poder coordenar a campanha do PDT nas eleições de outubro, de Rogério Ortega e Alysson de Carvalho. "Continuo acreditando na inocência deles. Temos que aguardar as gravações, as provas, para ver que ações iremos tomar", salientou.

O delegado Alan Flore, repetindo o discurso mantido após todas as oitivas, procurou falar pouco sobre o curso das investigações. Ele considerou, no entanto, que o depoimento de Barbosa Neto foi de fundamental importância para as investigações. "Dentro da perspectiva, foi muito importante as declarações do prefeito", comentou, lembrando que as provas levantadas pelo Gaeco são franqueadas aos advogados e que há documentos que são importantes às investigações e que só serão tornadas públicas aos advogados após entrega à Justiça.

"Não podemos mencionar o teor dos depoimentos, pois vamos inquerir outras pessoas ainda e isso pode prejudicar os caminhos das investigações", avaliou. Porém, garantiu que o prefeito se colocou à disposição das investigações.

De acordo com o delegado o prefeito respondeu à todas as perguntas satisfatoriamente dentro daquilo que foi questionado. "Ele se colocou a disposição para esclarecimentos. E em nenhum momento ele foi citado como parte do esquema nos outros depoimentos", frizou.

Já com relação aos depoimentos dados e se as versões apresentadas são compátiveis o delegado disse que não poderia esplanar."Essa analise está sendo feita e no momento oportuno eu vou falar sobre isso", afirmou.

Sobre um possível desmembramento do inquérito por conta das prisões, Alan Flore não descartou essa possibilidade. "O desmembramento é importante para apurar outros fatos criminosos", assegurou.

Nesta quinta-feira (3), prazo final para a conclusão do inquérito, há outros depoimentos agendados. O Gaeco não descarta, ainda, a possibilidade de se realizar mais diligências antes de concluir as investigações.

Ainda de acordo com o delegado não deve haver a prorrogação para o prazo de conclusão desse inquérito.

Fonte: londrinna.odiario.com