MP apura origem de dinheiro para compra de apoio


Promotores e delegado do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) estão dando continuidade aos inquéritos abertos como desdobramentos da investigação por suposta compra de apoio de vereadores na Câmara Municipal de Londrina. Ontem três pessoas foram ouvidas, mas o titular da investigação, promotor Cláudio Esteves, não revelou o conteúdo dos depoimentos. ''A gente precisa trabalhar de maneira sigilosa para não atrapalhar as investigações'', restringiu-se a afirmar. 
Uma das pessoas ouvidas foi Selma Assis, diretora da Cooprelon, cooperativa de catadores e recicladores fundada em junho do ano passado, que, em dezembro assinou um contrato de R$ 1,4 milhão com a Prefeitura de Londrina para recolher material reciclável em 95 mil domicílio. O empresário Ludovico Bonato, preso em flagrante em 24 de abril por levar subordo de R$ 20 mil ao vereador Amauri Cardoso (PSDB) se apresenta como representante da entidade. 
A cooperativa - contratada sem licitação pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) - começou a funcionar de forma irregular, já que presidente e diretor não eram catadores de baixa renda, o que é proibido pela Lei de Licitações (Lei 8.666/93, alterada pelo Plano Nacional de Saneamento - Lei 11.445/07). O endereço da cooperativa constante do alvará de funcionamento era o mesmo de uma empresa que utiliza como matéria prima produtos recicláveis. Após a denúncia, o diretor Erlandes Silva, desligou-se - pelo menos formalmente - da cooperativa. A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público investiga as supostas irregularidades. 
Questionada pela imprensa, Selma Assis disse que estava no Gaeco por outro motivo e não deu entrevista. O promotor também não comentou o teor das declarações de Selma. 
Também foram ouvidos ontem o vereador Joel Garcia (PP) e o empresário Sérgio Malucelli, proprietário da SM Sports e gestor do Londrina Esporte Clube. Um dos motivos da ida de Malucelli ao Gaeco foi sua presença na antessala do gabinete do prefeito Barbosa Neto (PDT) em 24 de abril. Bonato relatou aos promotores que quando foi buscar o dinheiro do suborno com o ex-secretário de Governo Marco Cito viu Malucelli e outras pessoas naquela sala. 
Porém, os promotores também tiveram outros motivos para ouvir o empresário, que preferiram manter a investigação em sigilo, assim como as declarações de Joel Garcia.
Fonte: Folha de Londrina.