Ex-presidente da Sercomtel deixa o PDT


Segundo advogado, saída atende decisão judicial que proibiu Coutinho Mendes de participar das reuniões do partido

O ex-presidente da Sercomtel Roberto Coutinho Mendes desfiliou-se do Partido Democrático Trabalhista (PDT), legenda que presidiu até 1º de maio deste ano. Nesta data, a comissão provisória de Londrina foi transformada em diretório municipal e passou a ser presidida pelo prefeito Barbosa Neto (PDT), eleito por aclamação em 5 de maio. Coutinho foi então aclamado primeiro-vice-presidente. 
Em correspondência entregue à 42 Zona Eleitoral de Londrina no último dia 21, o ex-pedetista afirma que ''não tem mais interesse em manter-se filiado ao PDT'' e requer ''o imediato desligamento do quadro de filiados''. Cópia do requerimento foi encaminhada ao juiz da 3 Vara Criminal, Katsujo Nakadomari, que o afastou da presidência da Sercomtel e do comando do PDT em 16 de maio, após ação criminal do Ministério Público (MP) em que acusa Coutinho e outras cinco pessoas de formação de quadrilha e corrupção na suposta tentativa de compra de apoio político de vereadores em favor de Barbosa. 
''Foi uma decisão do meu cliente em respeito à decisão do juiz, que proibiu a participação dele em reuniões formais ou informais do partido'', disse o advogado de Coutinho, Rodrigo Antunes. ''Caso a decisão seja descumprida, a medida cautelar de afastamento pode ser convertida em prisão.'' O MP pediu a prisão de Coutinho, mas o juiz entendeu que o afastamento seria suficiente. 
Quatro integrantes do suposto esquema estão presos: o ex-diretor de Participações da Sercomtel Alysson Tobias Carvalho; o ex-secretário de Governo Marco Cito; o chefe de Gabinete de Barbosa, Rogério Lopes Ortega; e o empresário Ludovico Bonato. O vereador Eloir Valença (PHS), também apontado como membro da quadrilha, chegou a ser preso e afastado do cargo, mas obteve liminar do Tribunal de Justiça e voltou à Câmara. 
Durante as investigações, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão ligado ao MP, descobriu que Coutinho entregou R$ 5 mil - sacados de sua conta particular - a Alysson, dinheiro que seria parte do suborno ao vereador Amauri Cardoso (PSDB), autor da denúncia ao Gaeco. 
Primeira-dama 
As investigações também revelaram que um dia depois da prisão de Cito e Bonato, em 24 de abril, a primeira-dama do município, Ana Laura Lino, encontrou-se com Coutinho no estacionamento da Sercomtel. Em depoimento ao MP, o ex-presidente da telefônica disse que tratou com Ana Laura sobre ''uma inconsistência identificada em auditoria da empresa Sercomtel na prestação de contas da Provopar, haja vista que a pessoa de Ana Laura é conselheira do referido programa''. Ele também explicou por que o encontro ocorreu dentro do carro de Ana Laura e não em seu gabinete: ''Estava saindo da empresa, quando então recebeu um telefonema de Ana Laura no estacionamento'' e lá mesmo conversou com ela.
Fonte: Folha de Londrina