MP investiga suposto empréstimo de empresário a Barbosa


A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Londrina abriu processo para investigar uma denúncia anônima sobre suposta cobrança de propina em licitação da coleta do lixo na cidade. De acordo com o promotor Renato de Lima Castro, o valor seria de R$ 1 milhão, mesmo valor que teria sido emprestado pelo empresário Sérgio Malucelli ao prefeito Barbosa Neto (PDT). O montante seria para a compra de uma rádio em Apucarana. 
De acordo com o promotor, Barbosa e Malucelli entraram em contato com o proprietário para adquirir a rádio Tribuna Soft. O negócio total seria de R$ 4,5 milhões, sendo R$ 2,5 milhões pagos a vista e o restante em 24 vezes. 
"Em razão desta denúncia o Ministério Público buscará investigar se há ou não procedimento licitatório, se há adequação deste procedimento licitatório com a lei. Ele seria em torno de R$ 1 milhão, haja vista que é o suposto valor que Sérgio Malucelli teria emprestado ao prefeito Barbosa Neto". 
Segundo Renato de Lima Castro, mesmo com a compra não sendo efetuada, o MP entende que houve interesse, por isso busca algum indício de enriquecimento ilícito por parte do prefeito. 
"É de bastante interesse porque um agente público que busca efetivar uma negociação na casa dos R$ 4,5 milhões certamente deve ter uma fonte de renda muito interessante. Fonte essa que é de interesse do MP. O fato é que o próprio proprietário da rádio disse categoricamente, por escrito, que o prefeito e Sérgio Malucelli mostraram interesse efetivo na concretização do negócio". 
O promotor ressaltou a competência do MP na investigação, eliminando a possibilidade de foro privilegiado a Barbosa. 
"A investigação é no âmbito da improbidade administrativa, de natureza cível. Portanto, o prefeito Barbosa Neto não possui foro privilegiado. A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público tem absoluta atribuição. Incumbe a ela investigar não só a natureza improba de eventual procedimento licitatório como também apurar eventual enriquecimento ilícito do agente público no exercício da função". 
Sobre a investigação, o vereador Joel Garcia (PP) também foi chamado para dar esclarecimentos. O empresário Sérgio Malucelli teria relatado o negócio a Garcia. Ao MP, segundo o promotor, o vereador prestou detalhadas informações com o teor da denúncia anônima encaminhada. 
Malucelli também teria confirmado a negociação. Ele era esperado para prestar depoimento na tarde desta sexta-feira (1º), mas não compareceu. 
"Informalmente ele confirmou todos os fatos que foram relatadaos e também se comprometeu a aparecer na tarde de hoje para prestar informações sobre esses fatos". 
A licitação do lixo alvo da investigação foi suspensa pela justiça.
Fonte: www.bonde.com.br