Após vistorias, imóveis ainda aguardam consertos


Nos últimos meses o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) vistoriou vários prédios públicos para alertar sobre possíveis irregularidades nos locais. Fazem parte da lista unidades de saúde, Biblioteca Municipal, Teatro Zaqueu de Melo, Museu de Artes, Museu Histórico, Terminal Urbano e mais recentemente o Terminal Rodoviário. No entanto até agora pouco foi feito para sanar os problemas apontados nas vistorias. 

Exemplo disso é a Unidade de Saúde do Jardim União da Vitória (Zona Sul), que foi vistoriada a pedido do Ministério Público em outubro do ano passado. Nove meses depois, um dos principais problemas constatados pela vistoria, o muro dos fundos do local pelo qual constantemente vaza água, continua sem passar por conserto. Com isso a água fica acumulada por boa parte do terreno e escoa para a rua. 

Um funcionário, que preferiu não se identificar, comentou que o local está abandonado. ''Vieram aqui, tiraram um pouco da terra dos fundos e jogaram umas pedras no estacionamento'', comentou. Além do muro o profissional também reclamou que falta remédios e até papel toalha. ''Não tem o básico: paracetamol, iboprufeno. Não é o arroz para o feijão que está faltando é a própria água (que está em falta)'', comparou. 

Ele explicou ainda que a unidade é referência para toda a Zona Sul de Londrina. ''Pessoas vêm encaminhadas de outros postos menores para cá'', disse. É o caso da dona de casa Tânia Regina Melo da Silva, que vive no Conjunto Jamile Dequech, mas estava ontem na Unidade do União da Vitória. ''Lá (no Jamile Dequech) não tem médico. Só atende consulta marcada. Desde manhã estou com minha filha que perdeu o dia de serviço para procurar atendimento, mas até agora nada'', comentou ela ontem à tarde. O construtor civil Messias Fogaça reclamou que estava há quatro horas esperando atendimento. ''Desde ontem estou com dor no estômago'', afirmou. 

O secretário de Saúde, Edson Souza, afirmou ontem que a secretaria de Obras já está atuando no posto do União da Vitória. Conforme ele foi realizada uma reforma no interior. ''Estamos resolvendo o problema da água. A Secretaria de Obras vai fazer uma valeta para encaminhar a água'', comentou ele. 

Souza também afirmou que a Unidade vai passar por uma reforma, juntamente com outros 36 postos de saúde da cidade. O valor total seria de aproximadamente R$ 30 milhões - R$ 14 milhões de recursos federais, R$ 330 mil provenientes do Estado e restante deve ser pago pelo município. No entanto, conforme o secretário, os projetos das unidades ainda estão em fase de ''elaboração''. 

Sobre a falta de medicamentos no posto do União da Vitória, Souza afirmou que o problema aconteceu pois na semana passada a Centrofarma, que distribui os medicamentos para as 54 unidades de saúde do município, ficou fechada para fazer um balanço. ''Talvez foi dispensado mais medicamento do que a coordenadora do posto pensou'', afirmou. 

Pessoas que conversaram com a reportagem afirmaram que a falta de medicamentos é comum nos últimos meses. Quando questionado sobre isso o secretário disse que o sistema de distribuição de medicamento está sendo reformulado e pode ter ocorrido ''desencontros de informação'' na distribuição. ''Mas não há falta de medicamento, tem na Centrofarma'', garantiu. A reportagem buscou contato com promotor de Defesa da Saúde, mas ele voltaria hoje de férias.

Fonte: www.folhaweb.com.br