No PR, arrecadação cresce o dobro que a média nacional


Receita Federal computou 14,5% mais impostos no Estado no primeiro semestre deste ano; no País, crescimento foi de 7,5%

Entre os estados do Sul e do Sudeste, o Paraná foi o que registrou o maior crescimento de arrecadação de impostos pela Receita Federal no primeiro semestre de 2012 na comparação com o mesmo período do ano passado. O aumento foi de 14,5% contra 7,5% da média nacional. Só para se ter uma ideia, a arrecadação cresceu apenas 7,4% no Rio de Janeiro e 4,8% em São Paulo (ver quadro). 

O total de impostos arrecadados nos primeiros seis meses no Paraná foi de R$ 19,4 bilhões, algo em torno de 5% dos R$ 367,8 bilhões de todo o País. No mesmo período de 2011, tinham sido R$ 17 bilhões. Em valores absolutos, a arrecadação no Estado foi a quinta maior do País. São Paulo arrecadou R$ 147 bilhões, o Rio de Janeiro, R$ 72 bilhões, o Distrito Federal, R$ 35 bilhões e, Minas Gerais, R$ 19,6 bilhões. 

No Paraná, o crescimento maior foi de Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF). No primeiro semestre de 2011, a Receita tinha arrecadado R$ 640 milhões de IRPF. No mesmo período deste ano, foram R$ 952 bilhões, um crescimento de 48%. O Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição para os programas de Integração Social e de Formação de Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) cresceram 16%. 

A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) teve um crescimento de 17%. Já a arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aumentou pouco acima da inflação: 6,7%. 

Para o diretor de Pesquisa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Júlio Suzuki, os dados da Receita Federal estão relacionados com o desempenho da economia do Estado. ''Tanto os indicadores da indústria como os do setor terciário, incluindo o comércio varejista, apontam um crescimento superior da nossa economia em comparação com a média nacional'', afirma. 

No ano passado, o Estado já vinha se destacando. ''Enquanto o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 2,7% em 2011, o do Paraná chegou a 4%'', ressalta Suzuki. Em relação ao crescimento do IRPF, o diretor o considera surpreendente. ''O imposto de renda está relacionado com a geração de empregos e o mercado de trabalho no Paraná continua aquecido. Mas, mesmo assim, é surpreeendente'', admite. 

Economista e consultor econômico da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Renato Pianowski, diz que os dados mostram a ''voracidade arrecadadora'' do Estado brasileiro. ''Se há algum lado positivo é que os números mostram que a economia vai melhor no Paraná. Isso está relacionado, em grande parte, às exportações de frango e suínos'', salienta. 

O assistente de Comunicação da Receita Federal no Paraná, Vergílio Concetta, ressalta que a massa salarial no Estado vem crescendo acima da inflação e isso impacta diretamente no recolhimento de imposto de renda. ''Além disso, a gente tem de considerar que muita gente com imposto a pagar acaba pagando em apenas uma parcela em abril'', justifica. . 

Já o IPI teve pequeno crescimentto, de acordo com ele, em virtude dos abatimentos e isenções dadas pelo governo federal para produtos como os automóveis e os da linha branca. 

Fonte: www.folhaweb.com.br