Vereador Jacks Dias é denunciado por corrupção passiva e improbidade


O vereador Jacks Dias (PT) foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MP) pelos crimes de corrupção passiva e improbidade administrativa quando era secretário municipal de Gestão Pública. Segundo a ação civil pública, proposta pelo MP, Dias teria recebido R$ 157.500 do proprietário da empresa de segurança Centronic, Nilso Rodrigues Godoes, como propina para que se omitisse na fiscalização do contrato entre a empresa e a Prefeitura de Londrina.
No texto da ação, o MP mostra que o pagamento de propina aconteceu por duas vezes. Na primeira, em outubro de 2006, Dias teria recebido R$ 52,5 mil para que fossem aprovados aditivos ao contrato entre a Centronic e a Prefeitura. Também, segundo a ação, o então secretário de Gestão Pública não tomou providências para o cancelamento do contrato, uma vez que um mês antes, em setembro de 2006, a Centronic havia sido considerada inidônea pela Prefeitura de Curitiba. Pelos mesmos motivos, em fevereiro de 2007, Dias teria recebido mais R$ 105 mil como propina. Nas duas ocasiões, o dinheiro teria sido entregue pelo gerente da Centronic em Londrina, Paulo Sérgio Iora.
O promotor do Ministério Público Renato de Lima Castro confirmou que esta é a segunda ação contra Jacks Dias, Nilso Rodrigues Godoes, Paulo Sérgio Iora e a empresa Centronic. “Já foi proposta uma outra ação, em esfera criminal. Esta está correndo na esfera cível, e busca aplicar as sanções político-administrativas relativas ao caso”, disse Castro. “Foram realizadas apreensões de documentos que, no decorrer das investigações, demonstraram que houve pagamento de propina a agente público por parte dos empresários, para o bem da empresa”, detalhou o promotor.
Entre as sanções propostas pelo Ministério Público estão a perda dos bens adquiridos com o dinheiro ilícito, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos e pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e de até 100 vezes o salário recebido pelo agente público. A empresa também pode ser proibida de assinar contratos com órgãos públicos por dez anos.
A reportagem do JL entrou em contato com o vereador Jacks Dias, que não quis comentar a decisão do Ministério Público. “Enquanto eu não souber exatamente o que está nessa ação, não vou me pronunciar a respeito”, declarou Dias. O JL também entrou em contato com a sede da Centronic em Curitiba. O proprietário, Nilso Rodrigues Godoes, está viajando e não havia nenhum representante para falar em nome da empresa.
Fonte: Jornal de Londrina