Entre 2009 e 2011, a secretária de Educação foi trocada três vezes e a diretora de Ensino, cinco. Esta chegou a ser trocada três vezes na gestão da segunda secretária de Educação de Barbosa Neto (PDT), Karin Sabec. A cada troca, eram mudadas também as estratégias pedagógicas de trabalho. Cada um tentava imprimir seu perfil de atuação, diz uma das professoras. Elas pediram para não serem identificadas com medo de retaliações, mas contam na suas experiências porque 54% das escolas apresentaram queda de desempenho no Ideb e a nota de Londrina caiu de 5,7 em 2009 para 5,4 em 2011. Essa professora conta que a partir de 2009 todo o trabalho que vinha sendo desenvolvido foi interrompido.
Trabalhávamos na perspectiva histórico crítica, na qual o aluno é autor no processo de aprendizagem e o professor é um facilitador. A gestão do Barbosa Neto fez uma reconstrução da proposta pedagógica da rede municipal sem envolver nenhum professor. Tanto que hoje, pode perguntar, ninguém conhece a proposta pedagógica do Município, diz. Outra professora conta que as equipes de apoio foram desmanteladas. Acabaram com as assessorias pedagógicas e com o atendimento psicopedagógico aos alunos.
Uma das professoras explica que estes recursos são fundamentais para a qualidade de ensino. Cada área do conhecimento tem sua assessoria pedagógica que atua detectando as dificuldades dos alunos e apresentando estratégias de atuação para o professor. Já o atendimento psicopedagógico é voltado para alunos que apresentam especificidades, como déficit de atenção, entre outros, explica.
A pedagoga Marta Matsubara afirma que a falta de continuidade do trabalho pedagógico é apenas uma causas do baixo desempenho no Ideb. É um pacote de fatores que passa pela formação deste professor e pela falta de cursos de capacitação de qualidade do professor.
Fonte: Jornal de Londrina