Sindserv aponta que contingenciamento pode afetar serviço público em Londrina


O Sindicato dos Servidores Municipais de Londrina (Sindserv)  vê com cautela o anúncio do prefeito Alexandre Kireeff (PSD) de contingenciamento de recursos na ordem de R$ 70 milhões. Composto por cinco decretos, o pacote da administração prevê economia de cerca de 30% dos recursos de fonte livre e inclui o pagamento de hora extra a funcionários públicos.

De acordo com o presidente do Sindserv, Marcelo Urbaneja, o anúncio dos decretos não assustou a endidade, que já estaria acostumada no início de cada gestão com a informação de contingenciamento. No entanto, ele aponta que a medida é um palitaivo e não ataca efetivamente o problema da Prefeitura de Londrina.
"Embora a gente tenha consciência que o prefeito e a equipe dele precisam tomar pé da situação da prefeitura, que precisam perceber que realmente terão que auditar os pagamentos, porém, algumas coisas são crônicas. Não adianta cortar a hora extra se não houver a contratação efetiva de mais profissionais", afirmou.
Urbaneja teme que o corte do pagamento da hora extra possa prejudicar os serviços prestados pelos trabalhadores públicos. "A falta de funcionários é que leva o pagamento de hora extra. Se não tem concurso, se não tem contratação e sem hora extra, como é que ficará o serviço?", questionou.
Ele apontou que cidades vizinhas, como Cambé, Rolândia e Maringá têm, proporcionalmente, mais servidores municipais do que Londrina. Já Joinville (SC), que possui quase a mesma quantidade de habitantes que Londrina, de aproximadamente 520 mil moradores, tem hoje 12.500 funcionários na prefeitura contra os 8 mil no município.
"Qualquer máquina sobrecarregada estraga e com as pessoas não é diferente. Às vezes colocam como se as horas extras fossem um privilégio do servidor, mas esta é uma necessidade do serviço público", declarou. O presidente do Sindserv comentou que em casos recentes, como o da chuva forte que atingiu o município nos últimos dias, mostrou o sucateamento do serviço público e a falta da mão de obra.
"Caíram mais de 40 árvores e muitas delas passaram dias sem serem recolhidas, por falta de material e pessoal. O próprio secretário foi visto ajudando nos trabalhos", disse.
A esperança, segundo ele, é que em fevereiro, época da data-base dos servidores municipais de Londrina, seja aberto um "diálogo franco e aberto" para a efetivação de novas contratações. A pauta de reivindicações da categoria foi encaminhada ao prefeito no final de 2012. "Ele prometeu que ia estudar em janeiro. As demandas estão reprimidas. Não se pode contingenciar o direito do trabalhador", destacou Urbaneja.
Fonte: londrina.odiario.com