UGT, CUT e Força Sindical denunciam a montadora Nissan por práticas antissindicais


As centrais sindicais União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical promoveram, na manhã desta terça-feira (12), uma coletiva de imprensa para expressar solidariedade do movimento sindical brasileiro aos trabalhadores e trabalhadoras norte americanos que estão sofrendo com práticas antissindicais e privação de direitos trabalhistas promovidas pela montadora Nissan no estado do Mississippi, no oeste dos Estados Unidos.

Graças ao modelo sindical norte americano, que favorece os empregadores em detrimento a classe trabalhadora, a montadora japonesa vem ferindo e desrespeitando direitos trabalhistas e humanos de seus funcionários.

“Este é um ato histórico porque o movimento sindical brasileiro sempre foi muito criticado por  não ter uma operacionalização importante no ponto de vista geral no nosso país, pois diversos jornalistas diminuem muito as ações que se referem a organização da classe trabalhadora, mas se calam quando vem a tona situações como as vividas pelos funcionários da Nissan americana, que é extremamente grave”, explica Ricardo Patah, presidente da UGT.

Durante o encontro, foi anunciada que representantes da UGT e da Força Sindical farão, ainda neste mês de março, uma visita ao estado do Mississippi.

A United Auto Worker (UAW), entidade sindical que representa trabalhadores e trabalhadoras da metalurgia norte americana, já recebeu uma primeira comissão brasileira representada por Vagner Freitas, presidente da CUT e João Cayres, presidente da CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos) que visitaram as instalações da fábrica e constataram a situação vivida pelos funcionários. “É inadmissível que uma empresa que esta em franco crescimento aqui no Brasil, promova ações degradantes a classe trabalhadora em qualquer país do mundo. Com a globalização, precisamos lutar para que isso não chegue aqui e para mostrar nosso apoio as causas trabalhistas americanas e para avançarmos com as negociações com a presidência da fábrica, precisamos parar por um dia as atividades da Nissan no nosso país”, ressalta o dirigente cutista.

João Carlos (Juruna), diretor geral da Força Sindical, lembrou que o movimento sindical brasileiro teve muito apoio das entidades internacionais durante o regime militar, contudo o sindicalismo no Brasil evoluiu e construiu uma série de direitos trabalhistas, diferentemente do que aconteceu nos Estados Unidos.

No encontro, um documento de apoio das centrais aos trabalhadores da Nissan foi tirado e será entregue na presidência da empresa, assim como foi anunciado que a UAW receberá, em meados de abril, a visita do ator Danny Glover e dos líderes da “Aliança do Mississippi pela justiça na Nissan”, entidade composta por líderes comunitários estudantes e representantes estaduais.

Fonte; UGT