Alunos da rede municipal sofrem com goteiras e rachaduras em escola


É só o tempo ficar nublado para os professores e alunos da Escola Municipal Ruth Lemos, no Conjunto Luiz de Sá, zona norte, ficarem apreensivos. Quando chove, a água se infiltra no forro de madeira, goteja e molha, além dos materiais escolares, as 100 crianças que estudam em duas salas com problemas. Outras duas salas já foram interditadas por conta de rachaduras, obrigando as turmas a estudar na biblioteca e no laboratório de informática, que deixaram de ser usados pelos 810 alunos desde o começo do ano.

Engenheiros do Crea prometem uma vistoria completa no local, mas alisando fotografias produzidas pelo JL adiantam que houve alterações estruturais importantes no prédio. Apesar da gravidade da situação, a escola não está na lista de imóveis que serão reformadas em 2013.

Para a professora Regiane Ponce, que dá aula para o terceiro ano na sala que tem goteiras, a situação já chegou ao limite. Ela disse que quando chove, começa uma “operação de emergência” para levar todos os alunos para o único canto da sala onde não cai água e precisa dar aula com o giz em uma mão e o rodo na outra. “Tenho que ficar puxando água com o rodo enquanto dou aula, porque a água acumula e impede a gente de circular”, reclamou. Quando a água começa a gotejar pela lâmpada, é hora de apagar as luzes. “Ficamos assim, espremidos em um canto, no escuro, esperando a água parar de cair”, contou. Em outra sala onde estuda o 5º ano, a situação é semelhante. As goteiras não chegam a comprometer as aulas, mas metade das lâmpadas parou de funcionar por causa da infiltração e, mesmo com a reclamação da escola, não foram trocadas.

Os problemas começaram em novembro do ano passado, em razão das fortes chuvas, que além das infiltrações, causaram desmoronamento de terra no jardim lateral da escola. Duas salas de aula começaram a apresentar rachaduras nas paredes e no assoalho. Segundo a auxiliar de direção, Isabella Portugal, a escola alertou a Prefeitura. “Eles enviaram engenheiros, mas mesmo com as rachaduras, não interditaram as salas. Nós que suspendemos o uso delas por conta própria.”

“É evidente que isso traz prejuízo acadêmico aos alunos, porque eles ficam para trás em relação aos de outras escolas”, reclamou Patrícia Viana, cujo filho estuda no quarto ano do Ruth Lemos. Ela faz parte de um grupo de pais que cobram soluções do poder público. “Acho que os pais deviam se mobilizar mais. Fica o sentimento de incompetência da Prefeitura.”

Outro problema estrutural preocupante está no estacionamento do colégio. Um buraco do tamanho de uma bola de futebol no chão de cimento, com profundidade de 4 a 5 metros, preocupa os professores e funcionários. “Causa um impressão muito ruim, de que o chão pode afundar”, disse a auxiliar de direção Isabella Portugal. Segundo ela, o motivo das falhas estruturais reside no fato de a escola ter sido construída em cima de um fosso mal aterrado.

Por meio de nota, a Secretaria de Educação informou que está elaborando um processo de ressarcimento de danos em conjunto com a Secretaria de Obras, mas não estipulou prazo para começar a reforma. Neste ano, 15 escolas devem ser reformadas na cidade.

Fonte: Jornal de Londrina