A Escola Nina Gardemman, no Jardim Tókio, zona oeste, está com mato alto desde janeiro, última vez em que o local foi roçado. De lá para cá, até os brinquedos ficaram perdidos no pátio onde o matagal passa de dois metros e já supera a altura do alambrado. A calçada em volta, em breve, deixará de existir se nada for feito.
Topo ajudar porque estamos todos com vergonha, incomodou-se Jair Antonio Figueiredo, 58, morador do bairro, com um filho e uma sobrinha na escola. Em três horas a gente faz tudo, garante. O morador afirmou que o Tókio está abandonado e precisa de mais atenção. Há duas semanas, o JL mostrou que, há mais de 10 anos, moradores cuidam de uma praça do bairro sem qualquer suporte da Prefeitura. Um deles já gastou R$ 350 só para pintar o local.
Não dá mais para ir no balanço, lamentou a pequena Evelyn, 11 anos, na 5ª série da escola. O matagal passa da altura da gente, disse ela. Caio, 10 anos, na 4ª série, reclamou que o futebol sempre acaba quando a bola vai para o mato na hora do recreio porque não pode ser encontrada facilmente. E a gente fica com medo de ter cobra, completou Amanda, 9 anos, no 3º ano da escola. Tem que dar um jeito em várias coisas, convocou Maria Eduarda, 10, no 4º ano.
Os moradores podem nos procurar. A escola está aberta porque os pais podem ajudar no que não conseguimos fazer, disse a diretora Walkiria Valéria Batini. Há alguns pais que nos contataram para apoiar a limpeza, mas não tínhamos o maquinário, explicou a diretora. Agora tem.
Não há dúvida de que a manutenção das escolas é obrigação da educação pública. Mas o envolvimento da comunidade melhora o que é deficiente e dá o recado para a comunidade de que a escola tem muito valor. Quanto mais se participa da vida escolar, mais as crianças podem se desenvolver, disse a secretária de Educação de Londrina, Janet Thomas.
Rogério Dias, secretário de Gestão Pública, não arriscou prazos para que postos, escolas e demais prédios da Prefeitura comecem a ter, novamente, a limpeza e o serviço de roçagem do mato. Inicialmente, o governo municipal pretendia lançar uma licitação para separar a limpeza destes locais da roçagem convencional de praças, canteiros e outras áreas públicas, hoje sob encargo da terceirizada Visatec. Desistimos de separar e vamos incluir essas áreas no controle da CMTU porque a logística ficaria mais cara se fosse mudada e feita de forma separada. Provavelmente, tudo ficará em um único contrato, afirmou o secretário.
Fonte: Jornal de Londrina