Servidores da Polícia Federal marcham em Brasília pela reestruturação da corporação


Agentes federais, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal saíram hoje (16), da sede Departamento de Polícia Federal (DPF), em marcha até o Congresso Nacional, reivindicando a reestruturação da corporação. A caminhada teve início às 11h e a chegada do grupo ao Congresso está prevista para daqui a pouco, para o lançamento da Frente Parlamentar de Apoio à Reestruturação da Polícia Federal.

Segundo o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Jones Borges Leal, 200 policiais deixam a corporação anualmente. Para ele, a Polícia Federal está em crise. "É um órgão que não consegue manter seus servidores. E o motivo da marcha não é só salário, precisamos de uma reestruturação ampla”, disse Leal.

"Há seis anos, o governo vem dialogando, mas solução prática não vem", ressaltou o representante dos policiais. Segundo ele, a Polícia Federal está desmotivada. "Do último concurso realizado, 200 [aprovados] tomaram posse, mas, destes, 20 já saíram e um cometeu suicídio."

Para o diretor do Sindicato dos Policiais Federais do Distrito Federal (DF), Flávio Werneck Meneguelli, os policiais da capital federal sofrem pressões. “A situação no DF é bem atípica, porque nós estamos perto do poder, a pressão sobre os policiais federais aqui é bem maior – essa pressão vem por meio de assédio moral, vem por meio de procedimentos disciplinares instaurados com viés político, com viés de controle.”

 diretor Parlamentar do Sindicato dos Policiais Federais de São Paulo, Alexandre Sally, informou que  a marcha de hoje reúne representantes de todos os estados. “O objetivo da marcha é reestruturação, como um todo: queremos melhores equipamentos, investimentos em logística, melhores chefias e o fim do assédio moral.”

À frente da marcha, um elefante branco simbolizava os inquéritos policiais. “Apenas 8% dos inquéritos policiais resultam em punição, o restante se perde, é arquivado”, disse Alexandre. Ele enfatizou que, por causa desses problemas, os policiais “contam as horas para se aposentar”.

A marcha seguiu pelo Setor de Autarquias Sul (SAS), passou pela tesourinha (acesso viário típico de Brasília) da Catedral e seguiu pelo Eixo Monumental, ocupando duas faixas em direção ao Congresso Nacional. Segundo a Polícia Militar, 500 pessoas participam da marcha.

Fonte: Agência Brasil