Funcionários da capina param por falta de pagamento


A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) notificou ontem a Visatec pela paralisação dos funcionários responsáveis pela capina e roçagem em Londrina. Os 129 trabalhadores entraram em greve em virtude de atraso nos salários. A empresa tem contrato de cinco anos com o município e vai receber quase R$ 65 milhões pelos serviços de roçagem, capina, limpeza dos lagos e raspagem dos meios-fios. 

"O desconto dos dias não trabalhados vai acontecer. Demos cinco dias para a empresa se pronunciar sobre os motivos do atraso nos salários. Um estudo interno será feito e, se houver outras infrações, a empresa pode ser penalizada", garantiu o diretor de Operações da CMTU, Gilmar Domingues. 

Segundo o Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Limpeza de Londrina (Siemaco), os funcionários têm reclamado de atrasos nos pagamentos desde o início do ano. "Todo mês tem atraso. Não tem mais dia certo para o pagamento, que deve acontecer até o quinto dia útil", informou a presidente, Isabel Aparecida de Souza. 

O sindicato confirmou a solicitação da empresa para que o pagamento dos trabalhadores seja feito diretamente pela CMTU. "Protocolamos este pedido no Ministério Público do Trabalho (MPT). A orientação é para que os funcionários não voltem ao trabalho enquanto o salário não for quitado", ressaltou. 

De acordo com Faiçal Jannani Junior, proprietário da Visatec, a empresa acumula deficit de R$ 503 mil desde fevereiro, quando fez um pedido de reajuste do valor do contrato. "O contrato prevê um reajuste na data do dissídio dos funcionários, que foi em fevereiro e ficou em 18%, e nos outros pontos do acordo um acréscimo de acordo com o Ãndice Geral de Preços do Mercado (IGPM) dos últimos 12 meses", explicou Jannani. 

A Visatec recebe R$ 0,17 por metro quadrado e com o reajuste o valor passaria dos R$ 0,18. "A nossa preocupação é normalizar esta situação para que não tenhamos problemas mais graves no futuro", frisou. Segundo ele, toda a documentação referente aos serviços prestados em junho será regularizada hoje na CMTU. O repasse deve ser de R$ 680 mil. 

A CMTU informou que a análise do pedido de reajuste nos valores do contrato está sendo feita pelo departamento jurídico e pela diretoria financeira da companhia. 

Protesto
Cerca de 50 recicladores da Cooperativa dos Profissionais da Reciclagem de Londrina (Coocepeve) se concentraram na tarde de ontem em frente à sede da CMTU, no centro. "Nós queremos o direito de ser ouvidos. Em todas as reuniões que foram feitas em nenhuma havia a maioria dos nossos cooperados. Queremos saber por que alguns têm o direito de abrir uma nova cooperativa e nós temos que ir para outras cooperativas", reclamou a presidente, Sandra Araújo. O contrato da Coocepeve venceu no dia 10 e não foi renovado.

Fonte: Folha de Londrina