Professores em greve fazem ato na Praia de Copacabana


Professores das redes municipal e estadual em greve fazem protesto neste domingo (18) na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio. De acordo com a Polícia Militar, 1 mil pessoas participaram da manifestação, que partiu da Avenida Atlântica, na altura da Avenida Princesa Isabel, no Leme, em direção ao Forte de Copacabana, no Posto 6.
Sob chuva, os grevistas reivindicam reajuste salarial, plano de carreira e revisão do veto do governador Sérgio Cabral ao projeto aprovado pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que garante ao professor uma matrícula para uma escola, além da manutenção dos dias parados.
Antes de iniciar a caminhada, os professores que se concentravam na altura do Leme se encontrou com outro grupo de manifestantes, que protestava contra maus-tratos a animais. No grupo estavam a modelo Yasmin Brunet e as atrizes Thaila Ayala e Giovanna Ewbank, entre outras.
Em entrevista neste sábado (17), o prefeito Eduardo Paes disse que cortará o salário dos profissionais que estão em greve. Em contrapartida, os grevistas afirmam que, caso o Paes cumpra a decisão, as aulas não serão repostas.
A 7ª Vara de Fazenda Pública indeferiu a ação civil movida pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) contra o município do Rio de Janeiro, que pedia que os pontos dos professores não fossem cortados a partir de segunda-feira (19).  Na decisão, o juiz Eduardo Antonio Kalusner diz que o direito de greve é constitucional, mas entende que o Sepe notificou a Secretaria municipal de Educação informando apenas uma paralisação no dia 8 de agosto.
Pelo carro de som, no entanto, os representantes da categoria afirmaram que a Justiça ainda não decidiu o que acontecerá com os pontos dos grevistas.
"O corte do ponto ainda não está determinado. A gente tem lido as pronunciações do prefeito, mas isso é algo que ainda vai se discutir. A gente acredita que o que estamos fazendo é certo e não concordamos com o corte do ponto. O interesse não é apenas o aumento de salário, é por uma educação de qualidade. Queremos planos de carreira, estrutura nas escolas. Acreditamos que com este movimento a gente tenha algum resultado", disse a professora municipal Inara Telles.
Ainda em relação ao corte de ponto, Marcelo Santana, coordenador do Sepe central, afirmou que o sindicato pediu uma antecipação de tutela em relação a uma liminar preventiva do corte de ponto. "O juiz indeferiu esta antecipação de tutela, uma vez que o governo não pediu a legalidade da greve. Logo, a greve é legal e não pode haver o corte de ponto", explicou.
"O objetivo é uma passeata em defesa da educação pública e em protesto contra a repressão que os governos do Eduardo Paes e do Sérgio Cabral estão querendo fazer contra os profissionais de educação, querendo desconhecer o direito legítimo que nós temos de greve. O prefeito, inclusive, assedia moralmente os professores ao dizer na imprensa que vai cortar ponto, que vai demitir servidores em estágio probatório, o que é totalmente ilegal, uma vez que a gente sabe que o direito à greve é constitucional", completou Marcelo Santana.
O representante do sindicato pede ainda que a Prefeitura torne as contas públicas para que se saiba se há dinheiro ou não para atender os pedidos da categoria.
Nesta segunda-feira (19), os professores da rede estadual têm uma reunião com o secretário de educação, Wilson Risolia. Já os da rede municipal têm assembleia marcada para terça-feira (20).
Fonte: g1.globo.com