Servidores de Araucária entram em greve por tempo indeterminado


Servidores de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, entraram em greve nesta quarta-feira (4). São aproximadamente cinco mil funcionários vinculados à administração municipal, e a expectativa do Sindicato dos Servidores de Araucária (Sifar) é de que mais de 50% do quadro tenha aderido à mobilização, afetando a oferta de serviços básicos na prefeitura e as aulas de 25 mil alunos da rede municipal.
A diretora do Sifar Maria Luiza Feliciano de Souza afirmou que a greve, que é por tempo indeterminado, foi deflagrada porque, segundo ela, não houve negociação com o prefeito Olizandro Ferreira (PMDB) para o pagamento de progressões salariais e o reajuste para recomposição da inflação. Maria de Souza disse ainda que a greve já poderia ter sido deflagrada em agosto, porém, houve um pedido de prazo por parte da prefeitura. “Infelizmente, em todas as negociações e conversas, não houve nenhuma proposta. O prefeito se posicionou sem proposta, não apresentou nada”, enfatizou a diretora.
No caso da saúde pública, a mobilização manteve 30% dos servidores para atendimento de emergência. Já na educação, Maria de Souza afirmou que os pais foram avisado com antecedência que os servidores poderiam iniciar uma greve nesta quarta-feira. “Para não causar tanto transtorno houve um trabalho de conscientização com os pais. Eles foram avisados que que hoje poderia ter [greve], se não tivesse uma proposta aceitável”.
Prefeitura diz não ter dinheiro
Se por um lado os servidores exigem o pagamento das progressões e a reposição da inflação, por outro o prefeito Olizandro Ferreria afirma que, apesar de respeitar os sindicatos, não tem boas notícias. Isso significa que a pauta de reivindicações não deve ser atendida.
A administração municipal argumenta que, desde o início do ano, a arrecadação caiu em mais de R$ 50 milhões e a folha de pagamento ultrapassa o limite de 51,3% previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal e, portanto, está proibida de conceder qualquer reajuste. Por mês, a folha de pagamento é de cerca de R$ 22 milhões.
Segundo o prefeito, caso ela atenda as reivindicações, a gestão corre o risco de não conseguir pagar o 13º salários do funcionalismo público. Ainda na tentativa de justificar, o prefeito menciona que a lei 2393/2011 alterou a lei 1.704/2006 do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) do Quadro Geral da Prefeitura e condiciona os pagamentos à disponibilidade financeira. O mesmo vale para os professores.
Fonte: http://g1.globo.com/pr/parana