Greves podem afetar serviços à população a partir deste mês


O mês de setembro abre uma espécie de "temporada de greves" no País e que também afetam o Paraná e vários tipos de serviços oferecidos à população. Amanhã, por exemplo, os bancários fazem assembleias para decidir se entram em greve por tempo indeterminado a partir de 19 de setembro. 
O presidente do sindicato da categoria de Curitiba, Otávio Dias, informou que tudo indica que a greve será aprovada. Caso isso aconteça, deve funcionar apenas o autoatendimento das agências bancárias, segundo ele. A categoria quer reajuste salarial de 11,93% (sendo 5% de aumento real), PLR de três salários mais R$ 5.553,15, piso de R$ 2.860,21 e melhores condições de trabalho, com o fim de metas abusivas. 
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) informou que ofereceu a criação de dois grupos de trabalho, um para analisar as causas de afastamento do setor e outro para conduzir uma discussão sobre a jornada de trabalho. Além disso apresentou reajuste salarial de 6,1% que corrigiria salários, pisos e benefícios. Seria mantida a mesma fórmula de participação nos lucros, com correção dos valores fixos e de tetos em 6,1%. A Fenaban esclareceu ainda que o piso salarial da categoria subiu mais de 75% nos últimos sete anos e os salários foram reajustados em 58%. 
Os trabalhadores dos Correios prometem parar por tempo indeterminado a partir da zero hora de 18 de setembro, caso a greve seja aprovada em assembleias no Estado no dia 17 de setembro. 
De acordo com o diretor financeiro e de patrimônio do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná, Marcos Rogério Inocencio, o indicativo de greve já foi aprovado no dia 5 de setembro. Segundo ele, os trabalhadores querem 15% de reajuste salarial mais 7% referente à inflação, 20% de aumento referente às perdas salariais que ocorreram entre 1994 e 2013 e manutenção do plano de saúde. Inocencio disse que se iniciar a greve devem ser prejudicados os serviços de entrega de cartas, Sedex e Sedex 10. 
Os Correios informaram que nesta semana irão apresentar uma nova proposta aos trabalhadores. A proposta anterior foi de reajuste de 5,27% aplicado sobre salários e benefícios. Caso a greve inicie, os Correios vão garantir o atendimento aos clientes com medidas como horas extras, mutirões, deslocamento de pessoal e contratações temporárias. 
De acordo com o economista do Dieese, Sandro Silva, outra categoria que tem negociação salarial a partir de outubro são as fábricas de autopeças. Neste setor, a negociação acontece empresa por empresa, e podem ocorrer greves pontuais. 
Os eletricitários do Paraná iniciam a negociação salarial a partir de 16 de setembro. O presidente do Sindicato dos Eletricitários de Curitiba (Sindenel), Alexandre Donizete Martins, disse que a categoria reivindica reajuste salarial que contemple a inflação do período mais 3% de aumento real e mudanças para o anuênio, que foi congelado nos últimos anos. Além disso, os trabalhadores da Copel querem 16,21% de aumento referente à perda histórica de 1995 até agora. Ele não descarta a possibilidade de greve a partir de novembro. Os eletricitários de Furnas e da Eletrosul já tinham realizado uma greve que durou 20 dias. 
Os 3 mil agentes penitenciários do Estado decretaram estado de greve. A categoria quer 23% de reajuste salarial e a contratação de 3,5 mil novos profissionais através de concurso público. Caso o governo não atenda o pedido, podem entrar em greve a partir de 24 de setembro. O governo estadual informou que só poderá pagar o reajuste solicitado, caso o montante financeiro com o aumento esteja dentro do limite prudencial dos gastos com folha de pagamento ditados pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). 
Fonte: Folha de Londrina