Professores em greve tentam negociar com o governo do Pará


Os professores da rede estadual de ensino que estão em greve desde a última segunda-feira (23) reuniram-se nesta terça-feira (24) com representantes do governo do estado para uma tentativa de negociação. Alguns pontos da pauta de reivindicação foram atendidos, mas a categoria dediciu manter a paralisação.

Estudantes da rede estadual se reuniram na praça Santuário, em Nazaré, para dar apoio à greve dos professores. A estudante Adriele mora no bairro do Icuí-Guajará e reclama das condições da escola onde estuda. "Está sem condições de estudo, a sala de aula é quente", disse. O movimento seguiu pela avenida Nazaré, no centro da capital, e o trânsito ficou lento.

Entre as principais reivindicações da categoria estão melhores condições de trabalho e reforma nas escolas. "Infelizmente desde 2011 a gente vem negociando e o governo não apresentou uma proposta concreta para que possa responder essas reivindicações da nossa categoria", disse Matheus Ferreira, coordenador do Sintepp.

A passeata seguiu pela avenida Almirante Barroso até a sede da Secretaria de Estado de Administração (Sead). Os professores fizeram um protesto diferente: cantaram parabéns pelos sete anos que a escola Luiz Nunes Direito está em reforma.

"É uma reforma infindável que já passa por dois governos", disse Andréa Salustiana, coordenadora do colégio.

Uma comissão de professores foi recebida pela titular da Sead, Alice Viana, pelo secretário de educação, Cláudio Ribeiro, e pelo secretário de promoção social Alex Fiúza. Durante a negociação, o governo do estado informou que vai atender as seguintes reivindicações: parte da jornada de trabalho reservada para o planejamento de aulas; regulamentação das horas extras e do sistema modular de ensino; e implantação total do plano de cargos, carreiras e salários dos professores.

“Dentro das possibilidades orçamentárias, financeiras e legais, o governo vem cumprindo com o programa de reconhecimento e valorização dos servidores do estado do Pará, que inclui a valorização dos professores”, disse Alice Viana.

Com isso ficam pendentes o pagamento retroativo do pagamento do piso nacional de 2011, já que o valor de R$1.567 só foi implementado no ano seguinte e ainda o plano de carreira e remuneração para outros funcionários de escolas.

Como nem todas as reivindicações foram atendidas pelo governo do estado, a greve dos professores continua. Segundo o Sintepp, todos os pontos da pauta vão ser discutidos em assembleia marcada para a próxima quinta-feira (26), que deve decidir os rumos do movimento

Segundo o sindicato dos trabalhadores em educação, a greve atinge 80% das escolas estaduais da região metropolitana.  Já a secretaria de educação trabalha com outros números: segundo a Seduc apenas 20 % das escolas aderiram ao movimento.

Em relação à escola Luiz Nunes Direito, alvo do protesto bem humorado, a Seduc confirmou que a reforma foi iniciada na gestão passada e que foi abandonada, mas que já acionou a empresa responsável para que as obras sejam concluídas.

Fonte: http://g1.globo.com/pa/para