Sem acordo, professores decidem manter greve em Mato Grosso


A greve dos trabalhadores na rede pública de ensino de Mato Grosso deve continuar por tempo indeterminado. A decisão foi tomada na tarde desta sexta-feira (4) durante assembleia geral da categoria, realizada na Escola Estadual Presidente Médici, em Cuiabá. A paralisação começou no dia 12 de agosto e é considerada abusiva pela Justiça.
O resultado da reunião já havia sido antecipado na quinta-feira (3) pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Henrique Lopes do Nascimento. Segundo ele, não havia motivo que justificasse o fim da greve, que completou 54 dias, porque o governo não apresentou nova proposta à categoria. O estado já anunciou que não deve propor outro acordo.
Os profissionais querem dobrar o poder de compra em 7 anos, a partir de 2013, pagamento da hora-atividade para professores contratados, repasse de 35% dos recursos do orçamento do estado para a educação e melhorias nas escolas. O piso salarial da categoria em Mato Grosso é de R$ 1.566,64, pouco a mais que o nacional, que é R$ 1.565,61.
O estado ofereceu dobrar o salário em até 10 anos, começando em 2014, e o pagamento parcelado em três vezes da hora-atividade, mas os itens não foram acatados pela categoria.
Com a recusa dos profissionais em retomar as atividades, o governo recorreu à Justiça e conseguiu liminar que determinava que metade dos grevistas encerrasse o movimento. E divulgou nota anunciando que iria cortar o ponto dos trabalhadores. Nenhuma das medidas foi suficiente para terminar a greve.
O estado tem 39 mil trabalhadores da educação em 744 escolas, onde estudam 430 mil alunos. A adesão à greve, conforme o Sintep-MT, era de 90% da categoria. Mas, esse número pode diminuir. Conforme reunião realizada na manhã desta sexta-feira (4) com representantes de 70 municípios, 74 escolas estaduais indicaram que vão retomar as atividades na segunda-feira (7).
Fonte: g1.globo.com