A Prefeitura de Londrina cortou a escala de médicos plantonistas para a Administração dos Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina (Acesf). Os profissionais assinavam os atestados de óbito em casos de mortes ocorridas em casa. Desde a última quarta-feira (2), o trabalho vem sendo executado de forma improvisada pela Unidade Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Sabará, na zona oeste de Londrina.
A superintendente da Acesf, Sonia Gimenes, contou que na última quarta recebeu um ofÃcio da Secretaria Municipal de Saúde informando que as mortes que ocorressem em domicÃlio sem assistência médica deveriam ser encaminhadas para a UPA, em virtude de um decreto municipal que determinou a redução das horas extras da Autarquia de Saúde. Os médicos ficam à disposição do municÃpio e trabalham à distância. Quando há casos de morte são acionados para a ocorrência.
O órgão ficaria então responsável por pegar o corpo da vÃtima na residência e levar para o médico na UPA do Sabará. "Muitas vezes esse procedimento é distante, há um tempo de deslocamento, de demora e não é justo fazer os familiares passarem por isso", declarou.
Na madrugada desta sexta-feira (4), a Acesf encontrou problemas na UPA para a emissão do atestado. O médico da unidade não havia sido comunicado da nova medida e não atendeu o órgão. O motorista retornou com o corpo para a Acesf, na região central, e só após o contato com familiares conseguiu que uma outra médica, que já havia atendido o paciente, fizesse a documentação necessária. O corpo teve então que ser encaminhado para a unidade de saúde do Lindóia, na zona leste.
"A gente logo percebeu que esse procedimento não poderia ser feito nesse sentido. Não é só uma questão de tempo. A famÃlia passa por um momento difÃcil, está ansiosa e não é obrigada a aguardar esse trâmite. Gera muita insatisfação", afirmou a superintendente da Acesf.
O secretário municipal de Saúde, Francisco Eugênio de Souza, negou que a medida tenha sido tomada para cortar gastos. Ele declarou que a falha na escala foi motivada por férias de profissionais e um remanejamento dos médicos e que ocorreu à época do decreto, culminando para uma falha de comunicação.
De acordo com ele, o serviço será reestabelecido. Neste final de semana já haverá médico disponÃvel para o trabalho. "Não é todo médico que quer fazer isso. Estamos trabalhando para resolver isso. Ninguém ficará desassistido", disse.