Debandada na Guarda Municipal


A Guarda Municipal (GM) de Londrina acumulou seguidas baixas em seu quadro de funcionários desde que foi criada, em 2010. A corporação, que tinha 250 guardas, viu seu efetivo cair de forma progressiva até atingir 158 guardas, o menor desde o início. A situação se agravou recentemente com a saída de 39 agentes, 11 deles ainda estavam em formação. Eles foram aprovados no concurso da Polícia Militar (PM).
Mas há perspectiva de melhora. No dia 6 de dezembro, 189 novos guardas municipais terminarão o curso de formação e estarão aptos ao serviço – poderiam ser 200 se não fosse a saída dos outros 11. Segundo secretário de Defesa Social, Rubens Guimarães, as contratações fazem parte de um “plano de estruturação”. “Quando assumi, avaliamos a possibilidade de melhorar o contingente anualmente, com um plano de contratações”, explicou.
A ideia era terminar o primeiro mandato do prefeito Alexandre Kireeff (PSD) com 540 guardas. Esse projeto, contudo, enfrenta alguns obstáculos, como a oportunidade de “subir degraus” na área de segurança pública, fator que já motivou muitos guardas trocarem a farda. “O salário é maior na PM. Alguns também já têm vocação para a profissão, entram direcionados em prestar concursos melhores”, afirmou.
O piso de um soldado nível 1 da PM é R$ 3.225, enquanto o de um guarda municipal de Londrina é R$ 1.831. A GM também não tem um plano de carreira, ao contrário da PM. O secretário disse que o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) está em análise. Por trás de tudo isso, corre a própria situação financeira da Prefeitura.
“Nosso orçamento está bem esticado”. Para cobrir a saída dos 39 guardas, a Defesa Social pediu à Secretaria de Planejamento a abertura de mais 50 vagas, que assumiriam em abril do ano que vem. O secretário da pasta, Daniel Pelisson, contudo, não garantiu que dará aval à reposição. “Se isso trouxer mais custos, vai ser difícil. Mas amanhã (hoje) creio que vamos avaliar isso”.
Cobertura
Com menos guardas, sobram prédios e locais públicos para patrulhamento e vigia. Efetivamente nas ruas, a guarda dispõe de 110 agentes que trabalham em regime de escala – 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso – ou 8 horas diárias. O restante do quadro trabalha no administrativo, monitorando câmeras de vigilância ou na sede.
Oportunidade
Ainda frequentando o curso de formação, um guarda municipal revelou em condição de anonimato ao JL que parte dos guardas “concurseiros” busca melhores oportunidades e salários em outros “degraus”. “No ano que vem e em 2015, vou prestar (concurso) para a Polícia Rodoviária Federal e Polícia Civil”, explicou. Sobre a criação de um plano de cargos para a categori, o guarda avaliou que seria muito bem-vinda. “Em termos de salário, tem que ser algo vantajoso”. No curso de formação, os estudantes recebem ajuda de custo de R$ 800. A reportagem ligou para o presidente da Associação dos Guardas Municipais de Londrina, Fernando Neves, mas ele não atendeu às ligações.
Fonte Jornal de Londrina