Mestrado profissional é opção para professores


Henrique Augusto Schürmann, professor de ensinos fundamental e médio em uma escola estadual em Rolândia (Região Metropolitana de Londrina), concluiu no ano passado o mestrado profissional em Matemática. "Estava procurando algum mestrado, e me interessei justamente pela propaganda do ProfMat, de profissionalizar quem já estava trabalhando em sala de aula", explica o professor. 

Ele estudou no polo da Universidade Estadual de Londrina (UEL) do ProfMat, mestrado profissional semipresencial em Matemática ofertado por meio do sistema da Universidade Aberta do Brasil (UAB) em parceria com instituições de ensino superior públicas e com foco na docência nos ensinos fundamental e médio. 

"Foi um mestrado muito difícil. Eu e meus colegas achamos que seria simples, por termos aulas apenas aos sábados. Mas achei até mais difícil do que o mestrado acadêmico. Foi um ganho de experiência muito grande", relata Schürmann, que trabalha como professor desde 2004. "Não me afastei do trabalho para fazer o mestrado. Deu para conciliar, mas ficou pesado, porque trabalhava o dia inteiro e estudava à noite. Eu e dois colegas criamos um grupo de estudos, e todos os dias estudávamos entre duas e três horas." 

A UEL possui um polo do ProfMat desde que foi criado o programa nacional, há três anos. Para a formação da primeira turma, foram abertas 30 vagas. No processo seletivo mais recente, foram disponibilizadas 20, para as quais concorreram 126 candidatos. As aulas terão início em 22 de fevereiro. 

Os estudantes fazem aulas presenciais aos sábados. Durante a semana, estudam por meio da plataforma do programa e podem tirar dúvidas virtualmente. Segundo Michele de Oliveira Alves, coordenadora do ProfMat da UEL, das 20 vagas, 16 são para professores da rede pública de ensino e quatro são abertas para formados em geral em Matemática. 

"Na primeira turma, havia muitos professores que há algum tempo não tinham contato com a universidade. Hoje, temos muitos alunos jovens, recém-formados", relata a coordenadora. Os estudantes têm dois anos para cumprir os créditos do mestrado e seis meses para fazer o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). "Mas alguns conseguem fazer antes desse período", diz Michele. Os mestrandos recebem bolsa de R$ 1,5 mil. 

Polos no Paraná 

A UEL também possui polos dos outros dois mestrados profissionais do sistema UAB, em Letras (ProfLetras) e Física (ProFis), criados no ano passado. No Paraná, também há polos do ProfMat em Curitiba, nas universidades Tecnológica Federal (UTFPR) e Federal do Paraná (UFPR), em Maringá, na Universidade Estadual de Maringá (UEM), em Pato Branco, na UTFPR, e em Ponta Grossa, na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG); do ProFis, em Maringá, na UEM; e do ProfLetras, em Maringá, da UEM, e em Cascavel, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). O sistema nacional pode ser ampliado este ano para as áreas de Artes e História (leia mais nesta página). 

A primeira turma do ProfLetras na UEM, que iniciou as aulas no ano passado, tem 10 alunos. Cláudia Valéria Doná Hila, coordenadora do polo, aponta que o perfil dos mestrandos é de professores experientes. "A estudante mais nova tem nove anos de magistério. Alguns já têm mais de 20 anos de docência", relata. As aulas presenciais são realizadas às quintas e sextas-feiras. Os estudantes têm bolsa de R$ 1,1 mil, segundo a coordenadora. 

"Trabalhamos todo o conteúdo das práticas de linguagem, leitura, produção textual, literatura e gramática, aplicadas ao ensino fundamental. O mestrado é voltado diretamente para o ensino, diferentemente de outros. É sobre como levar teorias da universidade para a sala de aula", descreve Cláudia.

Fonte:  Folha de Londrina