Reajuste pode evitar greve de agentes penitenciários


Depois da ameaça de greve por parte dos agentes penitenciários, o governo estadual anunciou ontem o pagamento do reajuste do Adicional de Atividade Penitenciária (AAP). Segundo informações da Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), a implantação das parcelas referentes aos meses de janeiro e fevereiro, de 6% cada, será feita na folha de pagamento deste mês. Em março será creditada a terceira parcela, de 9,8%. 

O anúncio foi feito no final da tarde de ontem durante uma reunião entre as secretárias Dinorah Nogara, da Secretaria da Administração e Previdência, e Maria Tereza Uille Gomes, da Seju, com representantes do Sindicatos dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen). 

A decisão será avaliada pela categoria, que se reúne hoje em assembleia geral em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico, em Curitiba. 

Antes da reunião com o governo, a categoria cogitava uma paralisação geral a partir da próxima semana. Com a decisão do governo, este posicionamento deve ser revisto e votado na assembleia. Além do reajuste que será concedido, os agentes cobram melhores condições de trabalho, contratação de mais profissionais que atuam nas unidades (médicos, psicólogos, advogados etc.), ampliação das vagas do concurso de agente, entre outros pontos. 

A categoria também reclama da falta de segurança nos presídios. No final da tarde de segunda-feira, mais um agente foi feito refém. Por volta das 18 horas, um agente da décima galeria do bloco 2 da Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP) 2 foi rendido por quatro presos que exigiam transferência para outras unidades penais do Estado. O motim só terminou após as 23 horas, após o diretor do Departamento de Execução Penal, Cezinando Paredes, juntamente com policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e representantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PR, negociarem com os detentos. 

Conforme o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), este tipo de ocorrência vem se tornando comum nos últimos meses. De acordo com Anthony Johnson, vice-presidente do sindicato, desde dezembro nove agentes que atuam no sistema já foram feitos reféns ou sofreram algum tipo de agressão. "Vamos analisar este anúncio conjuntamente. Foi um avanço, mas temos outros pontos importantes que vamos continuar discutindo", afirmou. Segundo o sindicato, trabalhadores de Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Cascavel e Guarapuava também vão participar do encontro de hoje, que começa às 9 horas.

Fonte: Folha de Londrina