A prefeitura de PaulÃnia e a Associação pela Infância e Juventude de PaulÃnia (AIJ) foram condenadas a pagar as verbas rescisórias devidas aos 250 funcionários demitidos após o cancelamento da subvenção de R$ 8 milhões anuais paga pela prefeitura à associação. A dÃvida é de aproximadamente R$ 3,6 milhões, sem o acréscimo de juros e mora. Com a decisão, que atende a pedidos do Ministério Público do Trabalho (MPT), a prefeitura fica obrigada a assumir o débito caso a associação não tenha condições financeiras para isso. Cabe recurso da decisão ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas.
Para executar suas atividades, a associação recebia uma subvenção municipal que correspondia a 90% da sua receita bruta. Em julho de 2013, o prefeito Edson Moura Júnior estabeleceu o fim dos repasses à entidade, o que resultou na demissão em massa dos empregados.
A juÃza da 2ª Vara de Campinas Luciene Pereira Scandiuci Ridolfo reconheceu a responsabilidade solidária da prefeitura, sob a alegação de que o municÃpio transferiu uma atividade essencial à população a terceiros, em descumprimento da Constituição Federal, o que o eximiu de riscos trabalhistas.
“As atividades exercidas pela AIJ são inerentes ao dever institucional da prefeitura, quais sejam, defesa e promoção dos direitos da criança e adolescente, sendo inadmissÃvel transferir a realização destes serviços à s instituições privadas mediante convênio, de modo a configurar a terceirização de atividade-fim. Como se não bastasse, o municÃpio efetuava o controle de frequência dos empregados da associação, demonstrando uma estreita ligação entre a administração pública e a entidade privada”, destacou a magistrada na decisão.
Histórico - O MPT processou a associação em outubro de 2013, pedindo o pagamento das verbas devidas aos 250 ex-funcionários. Foi pedida a responsabilidade solidária do municÃpio no pagamento. Na ação, os procuradores argumentam que a entidade funcionava como um departamento do municÃpio de PaulÃnia, atuando quase exclusivamente na execução de polÃticas e ações sociais e assistenciais que deveriam ser executadas pela Secretaria de Promoção Social.
Dando como justificativa o fim da subvenção, a associação manifestou-se incapacitada para pagar as verbas rescisórias dos funcionários, o que impediu a rescisão dos contratos de trabalho e o recebimento das verbas trabalhistas.
O mesmo aconteceu com o Centro de Ação Comunitária de PaulÃnia (Caco), que deixou de receber uma verba anual de R$ 10 milhões e teve de demitir cerca de 140 trabalhadores. Há uma ação civil pública em trâmite na Justiça que pede o pagamento das verbas rescisórias devidas a esses trabalhadores, também pedindo a responsabilização do municÃpio.
A Associação pela Infância e Juventude de PaulÃnia é uma associação sem fins lucrativos de finalidade beneficente e filantrópica, fundada em 1993 e desde a sua fundação presta serviços à prefeitura na execução das ações de assistência e promoção social.
Processo nº 0010169-63.2013.5.15.0126
Fonte: MPT em Campinas