Atividades no IFPR de Londrina estão paralisadas por causa de protestos


As atividades no campus de Londrina do Instituto Tecnológico Federal do Paraná (IFPR) estão paralisadas nesta segunda-feira (10) por conta do protesto de professores, funcionários e alunos. Assim como nas demais unidades do Instituto no estado – que também realizam protestos– a reivindicação é pela realização de eleições para que seja escolhido um novo reitor e que possam ser eleitos novos diretores nos 15 campi. Atualmente, o professor Irineu Mário Colombo, que foi indicado por decreto, está à frente do instituto.

A paralisação em todas as unidades foi aprovada na quinta-feira (6) em reunião com representantes de professores, alunos, funcionários e Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica, Técnica e Tecnológica do Estado do Paraná (Sindiedutec). Somente em Londrina, são 33 professores e 18 técnicos, segundo o Sindiedutec. O número de alunos do campus não foi confirmado até às 16h20 desta segunda-feira (10).
Um estudante do IFPR de Londrina explicou ao JL que para evitar prejuízos acadêmicos aos alunos, a paralisação é realizada em três atos – um no período da manhã, à tarde e à noite – para não prejudicar as atividades acadêmicas regulares. "Os atos constituirão de abraços simbólicos ao campus Londrina por professores, técnicos e alunos vestidos de preto em luto pela democracia", explicou. A reportagem tentou contato com representantes do IFPR em Londrina e Curitiba, mas até às 16h20 desta segunda-feira (10) ninguém foi localizado para confirmar a informação.
No entanto, o professor Nilton Brandão, presidente do Sindiedutec afirmou que está é a orientação dada para todas as unidades e o que foi realizado em Curitiba. “Não queremos dispensar os alunos porque essa não é a intenção do protesto. Queremos criar, sim, o entendimento do aluno que ele tem direito e representa um terço do voto na escolha do reitor.”
Reivindicação
O professor Nilton Brandão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica, Técnica e Tecnológica do Estado do Paraná (Sindiedutec), diz que Colombo foi indicado por decreto após o antigo reitor (eleito) Alípio Santos Leal Neto, se licenciar do cargo, em 2011. Pela regra normal, Colombo deveria ficar como reitor até o fim do mandato de Neto, que terminaria em 2014. Agora, no entanto, Colombo teria se recusado a convocar novas eleições, que deveriam ocorrer em maio.
Além do impasse na questão legal, a manifestação, segundo Brandão, é motivada por uma opinião negativa geral sobre a gestão do atual reitor. “Estamos absolutamente descontentes com a gestão, dos professores aos estudantes. Há uma perseguição generalizada aos servidores. 
Só para exemplificar, sete funcionários de um setor, com nove, pediram para sair. 
Mais de 20 casos de assédio moral foram registrados. Ocorrem demissões injustificadas, transferências por servidores que desagradam, é uma condição insustentável.”
O presidente do sindicato diz que essa paralisação é um movimento de alerta, mas que há possibilidade de greve a partir da segunda quinzena de março. Ele relata que haverá uma assembleia no dia 21, na qual será decidido o futuro do movimento. “Nesta terça-feira as aulas voltam ao normal”, diz Brandão.
IFPR nega perseguição
Procurado, o IFPR informou, por meio de nota distribuída na tarde desta segunda-feira, que desconhece os atos de perseguição descritos pelo organizador do protesto. A instituição informou ainda que as exonerações promovidas a partir de 1º de fevereiro deste ano visaram "atender exclusivamente às demandas administrativas e pedagógicas da instituição".
O IFPR disse ainda que o professor Irineu Mário Colombo foi eleito reitor pela comunidade acadêmica e nomeado em decreto publicado no dia 13 de junho de 2011. Como o mandato para o cargo é de quatro anos, o término da gestão ocorrerá em 14 de junho de 2015.
"Quanto às eleições para o cargo de diretor geral do Câmpus Curitiba, o IFPR informa que o assunto será discutido na próxima reunião do Conselho Superior do IFPR (Consup), a ser realizada no dia 25 de março de 2014", informou a nota do instituto, sinalizando que o mesmo "já buscou orientação junto ao Ministério da Educação sobre artigos da Lei 11892/08 e o Decreto da Presidência da República 6986/09, que dispõem sobre a eleição dos dirigentes dos Institutos Federais, para então pronunciar-se sobre a realização de um novo processo eleitoral no Câmpus Curitiba".
Fonte: Jornal de Londrina