Servidores da Saúde e Educação fazem paralisação


Os servidores estaduais da Saúde entram em greve, por tempo indeterminado, a partir das 7 horas desta terça-feira. A paralisação foi decidida pela categoria em virtude das negociações frustradas com o governo do Estado. De acordo com SindSaúde Paraná, os serviços essenciais serão mantidos, assim como 30% do atendimento. 
Em Londrina, a greve vai afetar principalmente os hospitais da Zona Norte (HZN) e da Zona Sul (HZS), que já trabalharam com superlotação no fim de semana e ontem. Os prontos-socorros das unidades restringiram o atendimento durante a segunda-feira. A paralisação vai atingir também a 17ª Regional de Saúde. 
A pauta de reivindicações dos servidores aponta 14 itens, entre eles o reajuste e incorporação da Gratificação de Atendimento em Saúde (GAS), reajuste da data-base e aumento real e pagamento das promoções e progressões atrasadas. O SindSaúde ainda é contra a "terceirização e privatização da saúde pública e dos serviços públicos". 
A Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) informou que o governo tem atendido as reivindicações da categoria conforme as suas possibilidades e que irá encaminhar o projeto de um quadro próprio de servidores para a Assembleia Legislativa. A Sesa ressaltou ainda que desde 2011 foram nomeados 1.897 servidores, mais de 3 mil servidores receberam progressão e promoções de carreira nos últimos dois anos e que reajustou em 37% a GAS. 
A Secretaria Municipal de Saúde informou que reorganizou as escalas de serviços das unidades a fim de garantir um bom atendimento à população em virtude da greve no HZN e HZS. Quem precisar de cuidados médicos pode se dirigir as unidades 24 horas: UPA, PAM, PAI e Pronto Atendimento do Jardim Leonor, na zona oeste. Até as 23 horas, os pacientes podem buscar atendimento nas unidades do Maria Cecília, na zona norte, e União da Vitória, zona sul. 
A paralisação dos professores estaduais está agendada para amanhã, mas já nesta terça-feira as aulas serão reduzidas de 50 para 30 minutos e atos públicos devem acontecer em diversas cidades do Estado para lembrar também a greve nacional da educação, que começou ontem e cobra a implantação do piso nacional e reajuste de 10,6% nos salários dos professores. 
Segundo a Associação dos Professores do Paraná (APP-Sindicato), a categoria reivindica um acréscimo de 33% no valor da hora-atividade e o pagamento de uma dívida de R$ 100 milhões para funcionários e professores referentes a titulação. O Paraná tem 100 mil professores. "É mais do que justo que um professor que tenha uma pós-graduação ou um mestrado receba um percentual a mais no salário, mas hoje isso não acontece. Temos uma reunião agendada com o governo no dia 19 e vamos avaliar as propostas e a assembleia do dia 29 é que vai decidir os próximos passos da categoria", relatou Luiz Carlos Paixão, secretário de Comunicação da APP-Sindicato. 
A principal concentração dos professores irá acontecer na Praça Santos Andrade, em Curitiba, nesta quarta-feira. A expectativa da Associação é que 90% dos servidores escolas apoiem o movimento. 
A Secretaria de Estado da Educação (Seed) alega que desde 2011 tem implementado ações de valorização dos profissionais da educação, como a equiparação salarial da categoria com os demais servidores de nível técnico do Executivo e aumento salarial acumulado de 50,16% em menos de três anos. 
Para professor em inicio de carreira, o salário acrescido de auxílio-transporte é de R$ 3.005,94 para 8 horas de trabalho por dia. Na folha de pagamento de março será implantada a progressão para os professores e a partir de maio começam a ser pagas as parcelas de 2013 das promoções. 
CEIs
Os professores dos 63 Centros de Educação Infantil Filantrópicos de Londrina (CEIs) aprovaram, em assembleia no sábado, uma paralisação no dia 24. Os funcionários querem reajuste de 22% nos salários, muito acima do oferecido pelas instituições, que foi de 5,38%, o equivalente a inflação do período. 
"A categoria exige também um escalonamento de reajustes nos próximos anos para equiparar os salários dos professores dos CEIs, que hoje é de R$ 800, com os dos professores dos Centros Municipais, que é de R$ 1,9 mil. A função e as exigências são as mesmas, mas os salários são muito diferentes", ressaltou André Cunha, presidente do Sindicato dos Professores das Escolas Particulares de Londrina e Norte do Paraná (Sinpro).
Fonte: Folha de Londrina