Servidores da saúde completam uma semana de greve em Londrina


Uma semana após deflagrarem uma greve, os servidores da saúde, que em Londrina trabalham pela rede estadual nos Hospitais Zona Norte, Zona Sul e também na 17ª Regional, decidiram manter a paralisação da categoria. Na segunda-feira (24), os profissionais estiveram reunidos com representantes da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), Secretaria de Estado da Administração e da Previdência (Seap) e Procuradoria-Geral do Estado (PGE), em encontro promovido pelo Ministério Público (MP). Porém, não há sinal de negociação entre as partes.

A diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Pública do Estado do Paraná (SindSaúde), Mari Elaine Rodella, comentou na tarde desta terça-feira (25) a impossibilidade de parar o movimento diante da reunião. "O Estado ainda insiste em manter as mesmas respostas anteriores, sem nada de concreto. Fizeram promessas, quatro intenções. Mas nada em papel, nenhum documento e nada que pudéssemos ter consciência real do conteúdo", afirmou.
Dos 14 itens da pauta de reivindicações, o governo estadual teria colocado apenas quatro em negociação, que são elas o levantamento de servidores falecidos e aposentados, para realização de concurso público, decreto para pagamento de diárias na região metropolitana de cidades como Londrina, Curitiba e Maringá, um projeto de lei para garantir que os seis meses de afastamento durante a licença maternidade contem como estágio probatório e também a previsão de finalizar o Plano de Carreira dos trabalhadores.
Em todos os pontos, o sindicato coloca que há falhas cruciais nas tentativas de propostas. "Primeiro porque todas já foram apresentadas há anos, mas nenhuma se efetivou, com proposta concreta", adiantou a diretora do SindSaúde. No primeiro caso, ela afirmou que a relação de servidores falecidos e aposentados é feita anualmente, sendo que o documento é obrigatório do Conselho Estadual de Saúde. Já na segunda intenção, a argumentação é que o decreto sequer foi escrito e apresentado aos servidores.
O sindicato também rebate a intenção do projeto de lei do período de licença maternidade. "Não tem porque fazer um projeto de lei, sendo que o próprio Estatuto dos Servidores já prevê o período dentro do estágio probatório", destacou. E no caso do Plano de Carreira, os profissionais já estão cansados de promessas. "O Estado está finalizando o Plano desde os meses de junho, dezembro passados. Cada hora é uma data. Mas já que estão terminando então que nos apresentem a parte pronta", declarou Elaine Rodella.
Os servidores classificaram como um descaso as intenções colocadas. Não só com a categoria, mas também com a própria população. "Temos hospital em Telêmaco Borba pronto e que não funciona um leito. O Centro de Reabilitação Hospitalar, de Curitiba, também não entrou em operação. Nós somos contra terceirizações, contra a precarização da saúde", afirmou. Em Londrina, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) 3 do Hospital Universitário (HU) está pronta desde 2012, mas continua com as portas fechadas para atendimento da população.
Nesta quarta-feira (26), a categoria promove um ato na Capital. A concentração será a partir das 8h na Praça Santos Andrade e depois o grupo segue em passeata para o Palácio Iguaçu. A expectativa é do chamamento para uma nova rodada de negociação. "Chega de carta de intenção. Disso nós já vivemos três anos. Queremos respostas paupáveis", disparou a diretora do SindSaúde. 
Fonte: londrina.odiario.com