CMTU alega não ter verba para atender reivindicações de funcionários


O impasse entre a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e o Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização do Estado do Paraná (Sindiurbano-PR) não deve ter uma solução rápida. Isso porque a CMTU alega não ter verba suficiente para atender às reivindicações dos servidores, que pedem aumento real do salário de 10%, entre outros benefícios. Caso nenhuma proposta seja apresentada pela companhia até 1º de abril, data da próxima assembleia, os funcionários prometem entrar em greve.
“Não é segredo para ninguém que a CMTU enfrenta problemas financeiros. Desde fevereiro já estamos pagando um reajuste referente ao último ano e um valor maior em relação ao vale-refeição. Mais do que isso, infelizmente, neste momento, não conseguimos fazer”, disse o presidente da companhia, Carlos Alberto Geirinhas, em entrevista ao JL nesta quinta-feira (27).
O presidente do Sindiurbano, Valdir Mestriner, confirmou que o reajuste referente à inflação do último ano e o novo valor do vale-alimentação estão sendo pagos há dois meses. No entanto, segundo ele, isso não é suficiente e o sindicato irá manter as reivindicações apresentadas neste mês à CMTU. “Não aceitamos esta justificativa de que a companhia não tem dinheiro para pagar nossas reivindicações. O trabalhador não é responsável pelo descontrole econômico da empresa. Portanto, não pode ser penalizado por isso.”
Diante da alegação da falta de verba, Mestriner destacou que, no último ano, diversos cargos comissionados e gratificados foram criados na CMTU. Questionado sobre quantos cargos ele se referia, o sindicalista não soube precisar. “Se fossem eliminados os custos com esses funcionários, eles conseguiriam atender às solicitações”, garantiu.
Além disso, o presidente do Sindiurbano afirmou que as reivindicações vão além de questões financeiras. Os servidores pedem a implantação de um Plano de Cargos, Carreiras e Salários e plano de saúde. “Esse plano de saúde foi acordado em assembleia em 2012, reafirmado em 2013, na atual gestão, mas até agora não foi cumprido.”
Sindicato alega que CMTU notificou funcionários em tom de ameaça
O Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização do Estado do Paraná alegou que foi notificado pela CMTU, na quarta-feira (26), “em tom de ameaça”. O JL teve acesso ao documento enviado ao Sindiurbano. Nele, a CMTU informa que a paralisação parcial dos servidores – chamada de Operação Tartaruga – já configura como exercício de greve. Portanto, para a companhia, a ação foi ilegal já que não houve comunicação prévia com antecedência de 48 horas.
“Caso a paralisação parcial se estenda nos próximos dias [...] a empresa tomará as medidas legais com relação à desídia de seus empregados ao efetivo exercício de suas funções, podendo inclusive ser tomadas medidas administrativas judiciais pertinentes”, diz um trecho do documento.
Para o presidente do sindicato, no entanto, os trabalhadores só devem cumprir esse prazo quando ocorre a paralisação total das atividades. Segundo Valdir Mestriner, a Operação Tartaruga é uma forma de protesto para reivindicar os direitos dos trabalhadores. Apesar de as atividades não terem sido suspensas, ele admite que os protestos têm ocorrido durante o horário de trabalho e que serão mantidos.
O presidente da companhia, Carlos Alberto Geirinhas, negou ter ameaçado os servidores e explicou que apenas os notificou para que cumprissem o prazo de aviso de paralisação. “Não há ameaça. É o cumprimento de questões normais diante dos protestos dos funcionários”, justificou.
Fonte: Jornal de Londrina