Greve dos professores estaduais afeta aulas em Londrina nesta quarta-feira


O primeiro dia da greve por tempo indeterminado dos professores estaduais prejudica as aulas da rede estadual de ensino em Londrina nesta quarta-feira (23). O sindicato que representa a categoria disse que 70% dos 3 mil professores de Londrina aderiram à paralisação. Com isso, cerca de 20 mil alunos ficaram sem aula na cidade. Ao longo da manhã, representantes do Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato) e educadores se reuniram no salão nobre do Colégio Estadual Vicente Rijo para discutir a adesão ao movimento.
Segundo a chefe do Núcleo Regional de Educação, Lúcia Cortez, nesta manhã a adesão em Londrina ainda era considerada tímida. Segundo Lúcia, em cidades como Ibiporã e Cambé, não houve adesão ao movimento grevista. No Paraná, a estimativa do sindicato é que 70% das instituições de ensino estejam sem aulas e que em todos os colégios do estado haja pelo menos um adepto à greve.
No entanto, a Secretaria Estadual de Educação (Seed) informou, em balanço parcial da adesão à mobilização, que 53,5% das escolas estaduais tiveram o funcionamento afetado parcialmente pela manhã. Outros 22,3% das instituições tiveram as aulas totalmente suspensas e nas demais (24,2%) as aulas foram ministradas normalmente.
Nesta manhã, o JL contatou três escolas estaduais de Londrina: Colégio Estadual Vicente Rijo, Colégio Estadual Marcelino Champagnat e Colégio Estadual Hugo Simas. Até o início da tarde desta quarta-feira (23), a adesão nesses locais era parcial. “Os professores tiveram que atender aos alunos que foram para aula. Vamos passar o dia conscientizando estudantes, pais e professores para que amanhã [quinta-feira (24)] a adesão em Londrina aumente”, explicou o diretor regional da APP-Sindicato, Edmundo Novaes.
A previsão é que ocorra uma passeata na manhã de quinta-feira. Os professores sairão da sede da APP-Sindicato, no centro de Londrina, até o Núcleo Regional de Educação, na Avenida Maringá.
A presidente do Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato), Marlei Fernandes de Carvalho, relatou que um acampamento de grevistas montado em frente ao Palácio Iguaçu, na Praça Nossa Senhora da Salete, em Curitiba, será o quartel-general do comando de greve e de onde deve partir uma grande passeata da categoria na próxima terça-feira (29). “Estamos em assembleia permanente, a qualquer momento a categoria pode deliberar sobre possíveis propostas.”
Reivindicações
O sindicato defende que o principal motivo da greve é o descumprimento pelo governo do estado de compromissos assumidos nas negociações no fim do ano passado, entre eles a inexistência de plano de saúde para a categoria. São citados oito temas de debate na pauta de reivindicações dos professores: salário, saúde e condições de trabalho, benefícios a funcionários da educação, benefícios de professores, reformulação de carreira, contratos temporários, direito a organização sindical e aspectos pedagógicos.
Em nota, a Seed divulgou nesta terça-feira (22) uma lista de quatro grandes pautas de negociação, envolvendo hora-atividade, salário, pagamento de promoções e concurso público. Em cada segmento há a previsão do impacto nos cofres públicos e o prazo de implementação (leia a nota na íntegra). Não é citada no documento a questão dos planos de saúde. O governo rebate a reivindicação dos professores de que prazos não foram cumpridos, defendendo que o que não foi honrado está em fase de implementação ou tem prazo para ser executado.
Fonte: Jornal de Londrina