Para reivindicar pagamento de reajuste salarial, servidores do Iapar paralisam atividades


Cerca de 400 servidores da unidade londrinense do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) paralisaram as atividades nesta terça-feira (28). A paralisação atende a um movimento estadual que reivindica o pagamento do reajuste salarial publicado no Diário Oficial do Estado em 27 de março deste ano. De acordo com o texto, o reajuste poderia chegar a 38%, dependendo do cargo do servidor. Em todo o Paraná, o Iapar conta com pouco mais de 750 funcionários. Só em Londrina são 500 trabalhadores.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Estaduais na Área de Pesquisas Agrícolas e Agropecuárias (Sindpar), Ricardo Moura, afirma que as negociações de reajuste salarial com o governo do estado se estendem há mais de um ano. “Temos mais de cem servidores em Londrina, por exemplo, que recebem o salário de R$ 900, muito abaixo do piso mínimo estabelecido pelo próprio governo para os servidores públicos, que é de R$ 1,6 mil. Além disso, temos muitos servidores com mais de 30 anos de Iapar que nunca tiveram seus salários reajustados e ainda recebem o piso mínimo.”
Na manhã desta terça-feira (29), 80% das atividades da unidade do Iapar em Londrina estavam paralisadas, segundo o presidente do Sindpar. No mesmo horário, cerca de 300 trabalhadores permaneciam reunidos em frente ao instituto munidos de faixas que reivindicam o pagamento dos salários, segundo o Sindpar. Já segundo a diretoria do Iapar, a manifestação não reuniu mais que cem trabalhadores. Os servidores prometem repetir a manifestação durante a sessão da Câmara Municipal de Londrina na tarde de quarta-feira (30).
Segundo Ricardo Moura, o governo pediu ao Sindpar aguardar até 12 de maio para que o pagamento do reajuste seja realizado. A alegação é de que o governo precisa encerrar as finanças do primeiro quadrimestre para realizar novos pagamentos ou reajustes. No entanto, o presidente do sindicato disse que o órgão informou ao estado que irá conceder o prazo, mas caso o governo não cumpra o pagamento, a categoria deve realizar greve a partir de 14 de maio.
Sindpar reclama da diretoria do Iapar
O presidente do Sindpar, Ricardo Moura, afirma que além do protesto marcado na Câmara de Vereadores e da possível greve para 14 de maio, a categoria prevê um ato de desagravo contra a atual diretoria do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). Até a manhã desta terça-feira, a data do ato não havia sido definida.
Moura alega que a diretoria atrapalha a negociação dos servidores com o governo do estado. “A diretoria não encaminha os documentos que chegam até eles e também não colabora ou participa das negociações.”
O diretor de administração e finanças do Iapar, Altair Dorigo, diz que, ao contrário do que afirma o Sindpar, a diretoria do instituto participou diretamente das negociações junto ao governo do estado. “Tanto que em julho de 2013 conseguimos um aumento de 20%, ou R$ 11,6 milhões, para o orçamento do instituto prevendo já a aprovação do Plano de Cargos e Salários para este ano. Se não tivéssemos conquistado a ampliação do orçamento, o governo não poderia ter aprovado a lei de reajuste salarial.”
Segundo o presidente do Sindpar, na tarde de segunda-feira (28), a diretoria enviou um e-mail a todos os servidores do Instituto com a informação de que os dias de paralisação serão descontados do holerite. “Entendemos isso como uma ameaça clara.”
Dorigo rebate a alegação de ameaça. “Nós mandamos o e-mail para solicitar aos setores o número de funcionários que iriam aderir à paralisação. Em momento algum mencionamos a questão de descontar valores do holerite. Isso é única e exclusivamente interpretação do sindicato.”
Fonte: Jornal de Londrina