Servidores do HC retomam paralisação


Após a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região de que não haveria desconto dos dias parados, os servidores do Hospital de Clínicas de Curitiba de Curitiba retomaram a greve da categoria na tarde de ontem. A greve, que começou em 20 de março, havia sido suspensa no último dia 25 de abril, após decisão do juiz federal Eduardo Appio, que considerou a greve ilegal, estabeleceu multa ao sindicato e determinou o desconto. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público (Sinditest), no entanto, recorreu e, amparado da decisão da desembargadora Marga Tessler, que deferiu, em parte, o recurso, decidiu retomar a greve. 

Além da pauta de valorização da categoria, contratação dos aprovados nos últimos concursos públicos e adequação das escalas de trabalho, os servidores pedem uma solução para a decisão da Justiça do Trabalho que obriga a Universidade Federal do Paraná (UFPR) a exonerar 916 servidores contratados através da Fundação de Apoio à Universidade Federal do Paraná (Funpar) até 20 de junho e refutam a possibilidade de adesão do HC à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. 

De acordo com a diretora do Sinditest, Carla Cobalchini, a decisão da desembargadora dá respaldo à retomada da greve. "O despacho é claro. Ela determina que o trabalho seja mantido em patamares mínimos, e isso nós sempre fizemos. Trabalharemos sempre com pelo menos 30% do pessoal", disse, explicando que, nesta sexta-feira, o número de funcionários atendendo é muito superior ao mínimo, por conta dos pacientes já internados e consultas e procedimentos já marcados, que não seriam cancelados. 

"A adesão deve crescer a partir de segunda-feira", previu. O Sinditest representa 1,9 mil trabalhadores do HC, entre enfermeiros, técnicos de enfermagem e funcionários de setores administrativos. 

A UFPR interpretou de forma diferente a decisão do TRF. Para a UFPR, apenas o desconto nos pagamentos foi suspenso, a greve continua sendo considerada ilegal e a multa de R$ 1 mil por dia deve ser aplicada ao sindicato pela paralisação. 

"O Hospital de Clínicas (HC) e a Reitoria da UFPR estão cientes de que decisão judicial expedida na segunda-feira (5/5) pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) suspendeu o desconto em folha dos dias parados dos servidores em greve. Entretanto, esclarecem que permanece a determinação da Justiça Federal de Curitiba de que a UFPR instaure sindicância administrativa disciplinar individualizada e mantenha protocolo público de atendimento no balcão do HC onde constem dados de todas as pessoas que tiverem negativa de atendimento no hospital ‘para fins de futura apuração de responsabilidade cível e criminal dos envolvidosÂ’. E que não houve, tampouco, manifestação que alterasse o entendimento de ilegalidade do movimento grevista", diz nota emitida pela universidade. 

No despacho, a desembargadora fala em patamares mínimos, mas não determina o percentual.

Fonte: Folha de Londrina