A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Londrina ajuizou nesta terça-feira (27) uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra o ex-prefeito Barbosa Neto (PDT). O caso se refere à tentativa de pagamento de propina ao ex-vereador Amauri Cardoso (PSDB) para que ele votasse contra a abertura de uma Comissão Processante (CP) contra o pedetista.
De acordo com o Ministério Público, a participação do ex-prefeito foi constatada durante a instrução do inquérito civil. "Surgiram evidências que ele era a pessoa que articulou todo esse esquema e comandou as ações dos demais. Era a pessoa que tinha domÃnio de todo o fato. O organizador e um dos beneficiários", apontou a promotora Leila Schmit.
Nesta ação são imputados dois fatos, oferta e aceitação de vantagem indevida por parte do ex-vereador Eloir Valença, oferta de propina para Amauri Cardoso, que rejeitou o pagamento e denúnciou o esquema ao Ministério Público. Além disso, também pede a devolução dos valores, multa civil, perda da função publico, a probibição de contratação com o poder público.
Na ação penal do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), proposta em maio de 2012, foram denunciados o ex-vereador Eloir Valença (PHS), o ex-secretário municipal de Gestão Pública de Londrina, Marco Antonio Cito, o ex-presidente da Sercomtel, Roberto Coutinho Mendes.
Além deles, também figuram como réus o advogado Alysson Tobias Lemos de Carvalho, o servidor Antonio Rogério Lopes Ortega e o representante da Cooperativa Regional de Coleta Seletiva e Reciclagem da Região Metropolitana de Londrina (Cooprelon), Ludovico José Bonatto.
O Gaeco apontou na época que "a associação dos denunciados visava estabelecer, e de fato estabelecia, organização criminosa composta por filiados ao diretório municipal do PDT – Partido Democrático Trabalhista, que objetivava a cooptação de membros integrantes do Poder Legislativo Municipal, filiados em regra a partidos que faziam oposição à administração do atual prefeito, de modo a agregá-los à base aliada, visando, com isso, conseguir a aprovação de projetos de lei de interesse do grupo na Câmara Municipal de Londrina".
Marco Cito e Ludovico Bonato foram presos em flagrante após oferecerem propina de R$ 40 mil a Amauri Cardoso. A situação foi comunicada pelo vereador ao Gaeco e o flagrante foi feito, logo após Bonato entregar R$ 20 mil em dinheiro a Cardoso. A ação foi monitorada com autorização da Justiça. O ex-presidente da Sercomtel, Roberto Coutinho, seria o responsável pelo saque, de sua conta particular, do dinheiro.
Esta é a 10ª ação por improbidade administrativa que o ex-prefeito responde na Justiça. Ele foi cassado em 2012 pela Câmara Municipal de Londrina.