Servidores da Saúde fazem greve


A Avenida Dr. Vacir Gonçalves Pereira, a principal de Sertanópolis (Região Metropolitana de Londrina), esteve um pouco mais agitada do que o normal durante o dia de ontem. É lá que ficam o Hospital Municipal São Lucas e o prédio da prefeitura. O quarteirão que os separa foi o espaço da manifestação de cerca de 60 servidores do Serviço Municipal de Saúde (Sermusa) que entraram em greve desde as 10h45 da manhã reivindicando melhoria salarial. 

Eles se concentraram em frente ao hospital, onde colaram cartazes cobrando atenção à saúde municipal, e por volta das 16h30 caminharam até a entrada da prefeitura. A paralisação não teve a adesão esperada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sertanópolis (Sindsert) – o Sermusa conta com 167 servidores. A presidente do Sindsert, Vera Lúcia do Amaral, disse que muitos servidores não aderiram à greve temendo represálias da administração municipal, principalmente depois que o prefeito Aleocidio Balzanelo, o Tide, baixou um decreto no último domingo determinando os descontos nos vencimentos pelos dias parados e a exoneração imediata dos grevistas ocupantes de cargos em comissão. 

"Estamos reivindicando melhoria de salário e vamos continuar parados até nos chamarem para negociação. Fizemos uma primeira proposta semana passada, não concordamos com a contraproposta da prefeitura, refizemos uma segunda proposta e deflagramos a greve com 72 horas de antecedência depois que não houve negociação. Vamos continuar parados até sermos chamados para negociar", disse Vera Amaral. Uma agente comunitária de saúde que não quis se identificar afirmou que a categoria não tem incentivo salarial e não recebe nem protetor solar para percorrer as ruas da cidade. 

A primeira reivindicação do Sermusa é o aumento imediato de R$ 500 para servidores com salários de até R$ 1,5 mil. O sindicato também defende um decreto de transposição de carga horária, definitivo, de 20 para 40 horas semanais a todos os servidores com salários inferiores a R$ 2,5 mil, por adesão espontânea de cada servidor, além do reenquadramento salarial imediato de todo servidor que esteja a no mínimo três anos de solicitar aposentadoria. Outro ponto de reivindicação versa sobre os prazos estabelecidos em decreto para o reenquadramento salarial de cada categoria, iniciando pelas de menor até o maior salário-base. 

Os médicos que atendem nas três unidades básicas de saúde do município e no Hospital São Lucas são terceirizados e seguem trabalhando normalmente. Conforme previsto em lei, a paralisação não afetou o serviço de urgência e emergência do hospital – a equipe de plantonistas passou a atender com 30% de seu quadro.

Fonte: Folha de Londrina