Violência contra jornalistas atinge níveis insustentáveis, diz sindicato


Em nota divulgada há pouco, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (Sindjor Rio) manifestou que “a violência praticada contra jornalistas chegou a níveis inaceitáveis - e insustentáveis - na cidade do Rio de Janeiro com a prisão da repórter Vera Araújo, de O Globo, e a agressão à repórter fotográfica freelancer Kátia Carvalho durante o exercício da profissão nesse domingo (15)”.
A jornalista Vera Araújo foi presa pelo sargento Edmundo Faria, da Polícia Militar (PM), quando se  recusou a parar de filmar a detenção de um torcedor argentino que urinava nas proximidades do Estádio do Maracanã, zona norte da cidade.
De acordo com o sindicato, “ela foi algemada, agredida, impedida de usar seu celular e, dentro da viatura, deu voltas por diversos bairros antes de ser levada à Cidade da Polícia, onde a ocorrência foi registrada. No mesmo dia, Kátia foi atingida por uma bomba disparada pela PM em protesto perto do estádio, que a feriu gravemente nas costas”.
A nota acrescenta que “diante da escalada de violações direcionadas à nossa categoria, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio contratou o advogado Lucas Sada, especializado em direito criminal, para auxiliar os associados, que já contam hoje com assistência nas áreas cível e trabalhista. Orientamos ainda os profissionais que foram agredidos por policiais que busquem o sindicato para entrar com ações judiciais por danos morais contra o Estado. Estudamos ainda entrar com uma ação civil pública que, atuando de forma coletiva, possa conter a violência contra os jornalistas no Rio”.
O Sindjor Rio deve enviar amanhã (17) ofícios ao governo estadual, representado pelo gabinete do próprio governador Luiz Fernando Pezão, pela Secretaria de Segurança Pública e pelo comando da PM, e  também ao Ministério Público, solicitando que sejam tomadas  providências e feita uma  rigorosa apuração dos culpados pelos episódios envolvendo as jornalistas Vera Araújo e Kátia Carvalho. As denúncias dos profissionais de imprensa que sofrerem agressões enquanto  trabalham podem ser feitas  pelos telefones de plantão do sindicato  (21) 99439 2951 e (21) 99278-2137.
Segundo relata o sindicato, o número de casos de violência contra jornalistas na cidade é crescente. De maio de 2013 a maio deste ano foram agredidos ou hostilizados 73 profissionais no Rio, sendo que um deles, o repórter cinematográfico Santiago Andrade, morreu. A maioria das situações (80%), assegura o Sindjor Rio, foi provocada por policiais militares.
Fonte: Agência Brasil