Recesso na CML empurra polêmicas para 2º semestre


Os vereadores de Londrina vão se deparar com uma pauta recheada de projetos polêmicos ao retornar do recesso de 15 dias, que começa hoje. Ficaram para o segundo semestre temas como as leis complementares do Plano Diretor, a revisão da Planta Genérica de Valores e um desfecho para o caso da farra dos certificados no Legislativo. O período coincide ainda com a campanha eleitoral, na qual oito parlamentares estarão empenhados até outubro. 
Tido como prioridade pelo prefeito Alexandre Kireeff (PSD), as leis de Uso e Ocupação do Solo (Zoneamento) e do Sistema Viário tramitam no Legislativo desde o ano passado. Foi inicialmente retirado pelo Executivo para incluir emendas da Semana Técnica e só protocolado novamente no dia 20 de dezembro, véspera do recesso parlamentar. 
Já em fevereiro de 2014, o texto voltou para a prefeitura para adequações e, em seguida, seguiu para avaliação do Conselho Municipal da Cidade (CMC). Após duas concessões de prorrogação de prazo, o órgão acordou com a Câmara nova data para devolução, marcada para 2 de agosto. 
Também ficou para o segundo semestre projetos do pacote "Londrina pra Frente", lançado mês passado por Kireeff, como a revisão da PGV, que impacta diretamente no cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), a instituição da outorga onerosa e solo criado e a regulamentação dos Estudos de Impacto de Vizinhança (EIV). 
Ontem, na última sessão legislativa, Sandra Graça (SD) cobrou urgência na apreciação do Plano Diretor. Ela e Elza Correia (PMDB) reclamam que, com a ausência do novo zoneamento, o Legislativo atua "no varejo", fazendo modificações pontuais a pedidos pessoais. 
Sandra também alertou para a falta de conhecimento sobre a apuração e encaminhamentos da farra dos diplomas. "Desconhecemos até agora qualquer documento sobre o caso. Já fizemos pedidos e o presidente (Rony Alves, PTB) diz que corre em sigilo", diz. 
Rony admite que os debates serão intensos, mas não arrisca estabelecer prazos para as discussões. O motivo seria a complexidade dos trâmites. O Plano Diretor, por exemplo, ao retornar para o Legislativo, deve seguir para a Comissão de Justiça, para emissão de parecer, antes de realização de audiência pública e novos pareceres das comissões de Meio Ambiente, Finanças e Desenvolvimento Urbano. Além disso, na visão dele, a outorga onerosa deveria integrar o Plano Diretor. 
Para dar conta, ele sugere que os parlamentares devem reduzir a proposição de leis para se concentrar no que já é esperado. 
Estatísticas
No primeiro semestre de 2014, a Câmara de Londrina aumentou a cobrança em relação ao Executivo, quando comparado com o primeiro semestre de 2013. Foram 184 pedidos de informações feitos entre fevereiro e julho deste ano, contra 102 no ano passado. 
Em relação a projetos de lei, houve pouca modificação: foram 170 este ano contra 165 no mesmo período em 2013. Os requerimentos se mantiveram praticamente iguais: 4.187 este ano contra 4.184.
Fonte: Folha de Londrina