Mesmo reformada, UBS ainda tem problemas


Falta de remédios, vazamentos de água contidos por vasilhas plásticas, bancos de espera com o estofamento rasgado, piso tátil inadequado, fissuras no imóvel repletas de formigueiros, cano de água e calçada danificados por raiz de árvore, jardim com infestação de cupins e pintura de paredes ruins. Os problemas mencionados acima poderiam ter sido encontrados em uma Unidade Básica de Saúde sem manutenção, mas foram encontrados em uma unidade recém-reformada. Trata-se da UBS do Jardim Tókio, uma das obras entregues depois de meses de reforma, e que permaneceu fechada desde 19 de março até 23 de junho deste ano. 

Segundo os próprios funcionários da UBS, a reforma limitou-se à pintura do prédio, ao conserto de alguns vidros, ao alargamento da passarela de pedestres, à implantação do corrimão para pessoas idosas e à pintura de vagas no estacionamento dos servidores, mas deixou os problemas mencionados no início da matéria sem solução. O médico que atende na unidade, Rodrigo dos Santos, destacou que os problemas implicam em falta de conforto para os usuários e para quem trabalha no local. "O pessoal está jogando água fervendo para combater os formigueiros que têm surgido nas frestas entre as paredes e o piso", reclamou. As formigas são vetores de doenças e não podem existir em uma unidade de saúde, assim como os cupins, que são encontrados nos jardins da UBS. Santos destacou também que um encanamento que deveria conduzir a água pluvial para a sarjeta foi danificado pela raiz de uma árvore e faz com que a água aflore na calçada. 

De acordo com ele, outro problema existente na unidade é uma pia que apresenta vazamento e que foi preciso colocar um recipiente plástico para evitar que a água se espalhe pela unidade. O médico relatou também que o piso tátil em volta da UBS termina em um barranco e isso pode causar acidentes, já que muitos deficientes visuais se guiam por essa sinalização. O médico também apontou que a pintura das paredes foi feita com apenas uma demão, o que permite ver as marcas da pintura antiga. Mas um dos problemas mais graves é a falta de alguns medicamentos básicos como o Omeprazol (antiulceroso), Fenitoína (antiepilético) e Selozok (contra a hipertensão arterial). "Aqui também falta um analgésico mais forte, como o Tramadol. As pessoas chegam com dores e não tem quase nada de analgésico aqui", afirmou o médico. 

Santos também ressaltou que a UBS Tókio não possui material de sutura. "Muitas pessoas chegam aqui com cortes provocados por acidentes domésticos que eu poderia resolver aqui, mas por falta desse material de sutura tenho que encaminhar para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento)", relatou.

Fonte: Folha de Londrina